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“Água que sai do Guandu é potável”, garante presidente do STIPDAENIT

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A polêmica em relação à qualidade da água consumida pela população da cidade do Rio de Janeiro nas últimas semanas tem provocado comoção na sociedade fluminense. Relatos do efluente com turbidez e gosto incomum se multiplicam, levando muita gente a uma corrida aos supermercados em busca de água mineral.

 

Apesar das muitas teses compartilhadas nas redes sociais a respeito da potabilidade do recurso, os diretores da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) garantem que a água está própria para o consumo humano.

 

A argumentação é, de certa forma, corroborada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos de Niterói (STIPDAENIT) Ary Girota. Ele garantiu que a água que deixa a estação de tratamento do Guandu está apta para o uso, contudo, o trajeto até as residências ainda é uma incógnita.

 

“Não é uma questão simples o que a gente está vivendo. A Cedae faz milagre, gosto de citar uma frase do [ambientalista] Mário Moscatelli, que visitou a ETA (estação de tratamento de água) Guandu, em 2008, e falou: ‘a estação deve estar fazendo um milagre químico ao transformar esse caldo contaminado que chega em água potável’. Então a população tem de entender que o tratamento é feito, a qualidade do tratamento é inquestionável, no entanto, o que acontece na distribuição?”, questionou.

 

A extensão da rede de tubulações da concessionária foi citada pelo dirigente sindical, que ressaltou os investimentos realizados pela Cedae nos últimos dez anos e garantiu a realização dos grandes eventos na cidade – Copa do Mundo e Olimpíadas – sem que houvesse casos de doenças de veiculação hídrica.

 

“Inesperadamente, de um ano para cá, o Executivo do estado do Rio de Janeiro nomeia um presidente (Hélio Cabral) que, diga-se de passagem, era diretor financeiro da empresa e impedia que outros investimentos necessários fossem realizados. Aí, do nada, os problemas começam a acontecer. Por que acontece em determinado ponto e não em outro? Há de se investigar”, disse Ary Girota.

 

“Representantes do Ministério Público, da Fiocruz, da UFRJ, da Uerj e do Inea estiveram na estação de tratamento do Guandu e vão dar seu parecer que, temos certeza, serão favoráveis de que a água que sai é de qualidade, potável. Nem toda a turbidez, nem toda coloração barrenta quer dizer que a água não pode ser consumida”, continuou.

 

O presidente do STIPDAENIT declarou que a ocorrência do cheiro e do gosto de terra alegado por boa parte da população decorre da geosmina, substância química produzida por algas e que não é nociva à saúde. Entretanto, o profissional acredita na existência de um processo de desmonte da companhia, visando sua privatização.

 

A demissão de 54 engenheiros de carreira, em 2019, diretamente responsáveis pelo controle da qualidade da água é um dos indícios da intenção do poder público, que não se posiciona em relação ao caso.

 

“Estamos vivendo um momento em que o Executivo do Estado do Rio de Janeiro e a presidência da empresa conduzem a Cedae para a privatização, então está se explorando ao máximo [o problema da água]. Não se viu o Executivo se manifestar em defesa da empresa, o presidente da Cedae se manifestar. Ontem foi exonerado o gerente do Guandu, um profissional competente, com 30 anos de experiência. A culpa foi no ponto mais fraco, tem de haver um culpado e foi o gerente”, reclamou o dirigente do sindicato.

 

Ouça a entrevista de Ary Girota na íntegra:

 

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