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Rudá: “Militares estão articulados para afastamento de Bolsonaro”

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A tragédia que se tornou o governo de Jair Bolsonaro nesses primeiros 100 dias no Palácio do Planalto começa a sofrer importante resistência da cúpula militar que apoiou o ex-capitão do Exército na campanha eleitoral e atualmente ocupa cargos no primeiro escalão da administração pública.

 

De acordo com o cientista político Rudá Ricci, diretor-geral do Instituto Cultiva, as Forças Armadas, tendo a participação do vice-presidente, general Hamilton Mourão, buscam entendimento com o Congresso para isolar Bolsonaro e seus filhos da Presidência.

 

“É um governo inviável, ele já entrou em decadência com a queda de popularidade de dezembro para agora como mostraram todos os institutos de pesquisa. Já há movimentações muito fortes de bastidores que dão conta de uma articulação dos militares com o DEM, entre outras propostas, nesse projeto de afastamento do Bolsonaro. O Mourão está junto nessa discussão”, revelou.

 

Uma das hipóteses levantadas pelo cientista político para a saída do presidente passaria por um movimento voluntário de Bolsonaro, atendendo aos preceitos constitucionais, sem que ficasse configurado um novo golpe.

 

“Talvez uma licença por 30 dias por questões de saúde, que era o que tinham planejado inclusive para a Dilma em 2015. Esse era um dos planos de bastidor em relação à Dilma quando daquela crise do programa leviano da economia”, confessou.

 

Até mesmo uma saída antidemocrática e inédita não está descartada pelas forças políticas envolvidas no processo de ‘fritura’ do mandatário do Brasil.

 

“O próprio [ex-senador] José Serra deu uma entrevista recente para o Estadão sobre a implantação do parlamentarismo sem plebiscito, o que é algo surpreendente nesse país, como a lei funciona para alguns. O fato é que já existe uma movimentação no próprio bloco de poder, no agronegócio, de tentar isolar Bolsonaro e a família dele”, confirmou Rudá

 

O DEM é um dos partidos que compõem a base de apoio de Bolsonaro, tendo indicado três ministros ao governo. No entanto, o ex-capitão do Exército já entrou em conflito com um dos caciques da legenda, o presidente da Câmara Rodrigo Maia, citado por Rudá como uma das lideranças políticas que despontam no quadro institucional brasileiro. Além disso, o DEM lidera também o Senado, com Davi Alcolumbre.

 

Apesar das articulações, o cientista político ressalta a necessidade de entendimento entre duas figuras de destaque do bloco militar que compõem a gestão do Planalto.

 

“O Mourão tem de negociar com o general Heleno, eles não são tão próximos assim. O general Heleno entrou no governo em um acordo político com cargos inclusive de segundo escalão e não tinha essa ligação com o governo Bolsonaro. Se você olhar o perfil dos ministros, não há uma identidade entre eles. Acho que existe uma discussão muito superficial sobre quem são esses militares, e de fato há uma divisão interna muito forte. Porém, eles são o grupo mais profissional dentro do governo”, finalizou Rudá.

 

Ouça a entrevista de Rudá Ricci na íntegra:

 

 

Entrevista em 11.04.2019

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