O discurso neoliberal no Brasil tem avançado a passos cada vez mais largos nos últimos tempos, e um dos principais alvos dessa turma já desde os anos 1990, a partir da ascensão de Fernando Henrique Cardoso ao Palácio do Planalto, são as empresas estatais estratégicas do nosso país, fontes de riqueza e desenvolvimento. Venderam a Vale, o setor de telecomunicações, abriram o capital da Petrobras, com a negociação de ações da empresa.

Vieram os governos Lula e Dilma e, quando achávamos que haveria ao menos uma pausa na entrega da nossa soberania, o pré-sal, uma das maiores descobertas de reservas de petróleo do mundo, também foi loteado. O processo acelerou durante os governos Temer e Bolsonaro, tendo como símbolo maior a privatização da Eletrobras, e a gestão Lula 3 novamente resiste em tomar uma iniciativa que desagrade os rentistas, abandonando a ideia de reestatização, algo que preocupa aqueles que defendem a soberania nacional.

E agora surgiram algumas polêmicas relacionadas à Petrobras, relativa à distribuição de dividendos extraordinários, e também à Vale, onde o governo tenta emplacar o CEO da empresa, visto que ainda tem um percentual pequeno de ações, ao mesmo tempo em que negocia um acordo de reparação com a empresa aos crimes cometidos no rompimento de barragens em Mariana e Brumadinho.

Para debater a relação do Estado brasileiro com as empresas consideradas estratégicas para o desenvolvimento do país, o Faixa Livre convidou o vice-presidente da Associação de Engenheiros da Petrobras (Aepet) Fernando Siqueira, o ex-chefe de departamento em Furnas e membro do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético (Ilumina) Roberto D’Araujo e o jornalista, doutor em História das Ciências e Epistemologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em Regulação do Audiovisual da Agência Nacional do Cinema (Ancine) Gustavo Gindre.

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