Dizer que o Brasil se transformou em uma enorme fogueira não parece exagero diante do que temos visto nas últimas semanas. O país enfrenta um processo crescente de devastação ambiental provocado por incêndios florestais combinado a uma intensa seca que atinge várias regiões. Esses fatores, muitas vezes interligados, têm gerado graves consequências para a biodiversidade, o clima e as populações locais que dependem dos recursos naturais para sobreviver. Diante desse cenário alarmante, surge a necessidade de compreender melhor os impactos dessas crises ambientais e as ações em curso para combater seus efeitos.

O Estado brasileiro, no entanto, tem atuado de maneira tímida, para dizer o mínimo, no sentido de evitar a devastação e desenvolver ferramentas que garantam a preservação dos biomas. É fato que os interesses de grandes grupos privados, que poluem e desmatam em grandes proporções para obter lucros, têm influência nas decisões nos espaços de poder, seja estabelecendo ou afrouxando legislações que garantem a proteção do meio ambiente, seja restringindo os investimentos públicos sob o argumento de uma suposta responsabilidade fiscal. Mas e a vida no planeta, como fica?

Para entender os motivos que nos levam a não respeitar o meio ambiente, o Faixa Livre convidou o coordenador-geral do MapBiomas Tasso Azevedo, o engenheiro civil sanitarista e professor Associado do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Adacto Ottoni e o biólogo, diretor técnico e científico da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) Francisco Milanez.

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