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Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado episódios que não são estranhos à nossa história republicana. Nos referimos ao crescente risco de instabilidade institucional, com manifestações de golpismo e ações que desafiam a ordem democrática, promovidas particularmente por setores das Forças Armadas. Este fenômeno remonta a períodos de intervenção militar na política brasileira, mas adquiriu novos contornos e intensidade após os eventos de 2022, em um cenário político polarizado e de desconfiança nas instituições.
A retórica de extrema-direita, alimentada por Jair Bolsonaro, foi encampada por oficiais do alto comando de Exército, Marinha e Aeronáutica e, por muito pouco, não nos levou para um novo regime de exceção. As descobertas recentes de um plano urdido por militares de alta patente do Exército, elaborado na casa do general que foi ministro da Defesa e da Casa Civil do então governo e ex-candidato a vice na chapa do então presidente, e impresso no Palácio do Planalto afim de assassinar o presidente eleito, seu vice e um ministro da Suprema Corte brasileira não apenas estarreceram os brasileiros, como também evidenciaram que, em momento algum, as Forças Armadas abandonaram o papel de vilania da democracia.
E nem mesmo o chefe do Executivo, que agora se vê no centro do alvo da perseguição estabelecida pelos militares que buscavam, e buscam, tomar o poder fez algo no sentido de mudar o panorama de maneira estrutural. Tentou uma conciliação por baixo que mostrou-se incapaz de dar conta do tamanho do problema. Será que a partir das recentes revelações do envolvimento de militares com um plano para assassinar um presidente eleito haverá ao menos a discussão de uma nova doutrina para as Forças Armadas?
Para aprofundar este assunto, o Faixa Livre convidou o jornalista e ex-deputado federal Milton Temer, o professor aposentado na Universidade Federal Fluminense (UFF) e Doutor em História pela Universidade de Paris Manuel Domingos Neto e a historiadora, doutora em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), professora de História do Brasil na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e coautora do livro “Ilegais e Imorais: autoritarismo, interferência política e corrupção dos militares na história do Brasil” Carla Teixeira.
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