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Editorial – 02.05.2019

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O 1º de maio unificado das centrais sindicais colocou em alto e bom som a defesa da Previdência Social pública como a principal bandeira de luta dos trabalhadores nesse momento. Não é sem razão, afinal de contas estamos enfrentando um governo absolutamente inimigo dos interesses dos trabalhadores e hoje a principal fonte de ataque é justamente contra a Previdência Social, tudo a pretexto, em primeiro lugar, de uma suposta crise fiscal que seria provocada pelo pagamento de pensões e aposentadorias aos trabalhadores brasileiros.

 

Na sua imensa maioria esses trabalhadores ganham até um salário mínimo para pensões e aposentadorias e é muito difícil em um país onde os benefícios à classe capitalista, além da grossa corrupção, tomam conta. Ora, é muito difícil em um quadro como esse se apontar como bode expiatório do desequilíbrio das contas públicas o pagamento de pensões e aposentadorias que mal conseguem suprir as necessidades da nossa população ganhando, a grande maioria desses beneficiários do INSS, um salário mínimo.

 

Mas essa é a retórica de um governo que procura a todo o momento atacar os mais diferentes direitos que temos. Um exemplo disso diz respeito ao sufoco que as universidades estão passando nesse momento. A ameaça do governo de Jair de bloquear 30% dos recursos de custeio de três universidades federais inicialmente, a Universidade de Brasília, Universidade Federal da Bahia e a nossa Universidade Federal Fluminense, por motivos ideológicos foi agora estendida para todas as universidades.

 

A ideia de se cortar inicialmente a verba de três universidades apenas, inclusive com alegações estapafúrdias, foi claramente contestada por vários especialistas e juristas. Ela fere evidentemente a Constituição e assim tivemos algumas horas depois o anúncio de que a rigor seria estendido esse bloqueio de 30% dos recursos das universidades para todas as instituições de ensino superior do país com responsabilidade do Governo Federal.

 

Isso são apenas alguns exemplos das incúrias que estão em curso. Por isso é muito importante a unificação das centrais sindicais, é muito importante a colocação da defesa da Previdência Social pública como a principal bandeira de luta nesse momento e, especialmente, é muito importante o próximo dia nacional de lutas da educação, no dia 15, será um passo fundamental para reunirmos as forças necessárias para a conflagração de uma greve geral em junho, colocando o governo Bolsonaro no seu devido lugar, um lugar de pressão da população e onde possamos cobrar um conjunto de mudanças não no sentido de restrição de direitos, mas de fortalecer o mundo do trabalho, atacado em todos os flancos por um governo que não tem compromisso sequer com a classe trabalhadora e muito menos com os interesses maiores do nosso país.

 

Estamos claramente em um processo de subordinação aos Estados Unidos com um quadro internacional muito grave. Estamos observando o que acontece na Venezuela. Existe agora essa tentativa de um cerco final ao governo de Maduro patrocinado por Washington, e é nesse sentido que ganha maiores preocupações ainda esse alinhamento incondicional do governo brasileiro aos interesses de Washington. É uma verdadeira vergonha, mas apenas a luta dos trabalhadores, a sua unidade e especialmente uma ofensiva que se prepara para junho poderá brecar os piores projetos de um governo absolutamente questionável e ilegítimo como o de Bolsonaro.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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