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Editorial – 29.05.2019

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Vejam como são as coisas: as manifestações do último domingo, em apoio a Bolsonaro e à sua pauta de reformas, teria feito com que o presidente da República promovesse uma inusitada reunião ontem no Palácio do Planalto. Em café da manhã, Bolsonaro pretendeu através de um pacto autorrotulado de republicano comprometer a rigor o chefe do Poder Legislativo e do Poder Judiciário com sua pauta de reformas, e tudo isso a pretexto de responder as reivindicações das ruas.

 

Isso no mesmo dia em que o próprio Bolsonaro tomou providências junto com alguns de seus ministros para comunicar ao Senado que o Coaf, aliás, uma das reivindicações que os bolsonaristas apresentaram nas ruas no último domingo, se mantivesse no Ministério da Economia, ao contrário do que era a sua própria intenção e do que era a reivindicação das ruas. Só para registrar algumas das contradições evidentes nos movimentos do Palácio do Planalto e, particularmente, de Jair Bolsonaro.

 

Mas voltando às pautas da reunião, a ideia seria justamente responder às ruas e com o aval do senhor Rodrigo Maia e do senhor Antonio Dias Toffoli, respectivamente os presidentes da Câmara e do Supremo, além dessa figura do presidente do Senado, senhor David Alcolumbre, isso tudo para turbinar as tais das reformas.

 

Qual é o grande problema? Um dos grandes questionamentos em torno da principal bandeira dita reformista de Bolsonaro é em torno da questão previdenciária, e há muitos que levantam, inclusive já houve vozes dentro do próprio Supremo Tribunal Federal, o questionamento sobre a constitucionalidade desse tipo de mudança, especialmente atacando os pilares e o orçamento da seguridade social pública, algo que fere evidentemente a nossa Constituição.

 

É verdade que esse orçamento da seguridade social, uma construção e vitória da Constituição de 1988, vem sendo solenemente ignorado. Esse orçamento virou letra morta e o Supremo jamais se manifestou, mas agora mesmo, quando se iniciou a tramitação da dita contrarreforma previdenciária no Congresso e particularmente na Câmara, houve ministro que levantou, me parece que foi o Luiz Fux, a questão de que esses pilares da seguridade social se constituiriam como cláusulas pétreas da nossa Constituição.

 

Por isso é inadmissível que o senhor Antônio Dias Toffoli tenha aceitado e, de alguma maneira, corroborado com essa versão de que haveria uma intenção de uma construção de um pacto republicano, muito pelo contrário, isto é um exemplo claro de uma manobra antirrepublicana e nos faz lembrar aquela máxima de um dos envolvidos na operação Lava Jato, flagrado em conversa telefônica, quando combinava de abortar todas as investigações que poderiam comprometer os políticos e citava que tudo deveria ser feito com o Supremo e tudo. Parece que o Bolsonaro pegou esse mote e quer agora levar à frente a ferro e fogo as suas reformas inconstitucionais, inclusive com o Supremo e tudo.

 

Ora, é hora da cidadania, dos trabalhadores, principalmente daqueles que serão afetados por essas ditas reformas que Bolsonaro pretende, reagirem, colocar o bloco na rua e dar uma resposta muito firme a tudo isso que vem acontecendo. Oportunidades não nos faltam. A turma da educação novamente volta às ruas no dia de amanhã e há um movimento muito forte reunindo os mais diferentes setores da sociedade brasileira para a organização e a realização de uma greve geral no próximo dia 14 de junho. É nas ruas que essa batalha terá de ser decidida.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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