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Editorial – 08.07.2019

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Uma lembrança que quero fazer hoje no programa diz respeito a uma despedida. Me refiro aqui claramente ao cantor e compositor João Gilberto. Não quero aqui fazer nenhum tipo de menção conforme inclusive a TV Globo tem feito desde a noite de sábado. De alguma maneira eles têm procurado apresentar a passagem de João Gilberto como uma forma, inclusive, de omitir informações importantes como são essas novas revelações do Intercept Brasil.

 

Claramente existe cada vez mais um número expressivo de órgãos da imprensa brasileira que vêm se alinhando ao Intercept Brasil e, ao mesmo tempo, a mais importante emissora e órgão de comunicação do país vem procurando de todas as maneiras omitir essas informações do Intercept ou desmoralizá-las. Faço essa menção pelo seguinte, um país pode se expressar no campo internacional junto ao mundo tanto pelo seu poder efetivo quanto pelo seu poder simbólico. E o poder efetivo do Brasil, convenhamos, vai de mal a pior ou nunca foi algo de destaque no cenário internacional.

 

Economicamente somos um país dependente e subordinado, socialmente somos, podemos dizer, uma verdadeira vergonha, militarmente um país dominado, inteiramente subordinado à área de influência dos Estados Unidos e cada vez mais. Por isso, o que nos resta é o chamado poder simbólico e esse poder simbólico brasileiro é forte, Ele mostra a vitalidade do nosso povo, porém ele é constantemente ameaçado.

 

Nós nos projetamos no mundo por conta dos nossos artistas, do samba, carnaval, mas principalmente através da batida de João Gilberto que mostramos um país que ali, no meio do século XX, despontava com muita esperança não somente para o mundo, mas para os próprios brasileiros, e é esse país que vai morrendo. João Gilberto encerra uma era em que o Brasil buscava uma projeção singular no mundo e hoje esse país é deixado para trás.

 

Nas palavras de Chico Buarque de Holanda, em determinado momento, ele caracterizou essa passagem como um país que foi perdendo a sua delicadeza, principalmente a partir do golpe de 1964. O Brasil que morre com João Gilberto é esse Brasil, o Brasil que buscava sua singularidade através da delicadeza e isso é muito triste porque nós vamos substituindo esse país por um Brasil cada vez mais bárbaro, violento, com a cara desse indivíduo que ocupa a Presidência da República hoje.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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