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Estou de volta ao nosso programa Faixa Livre e agradeço ao jornalista Anderson Gomes nesse período em que esteve na apresentação. Anderson Gomes, inclusive, hoje inicia um processo de substituição da produtora Celeste Cintra, que, com toda razão, vai gozar os 30 próximos dias de suas férias. Fica aqui meu agradecimento também à Celeste durante todo esse período do seu trabalho.
Mas a questão mais importante que vivemos são todas essas crises provocadas, principalmente, pela forma absolutamente atabalhoada do atual presidente da República. Vocês sabem a minha opinião, acho que essas eleições que levaram o senhor Bolsonaro ao Palácio do Planalto foram irregulares, porém a nossa oposição parece que resolveu aceitar o resultado de um jogo que foi claramente fraudado. Isso me parece que nesse momento retira muito espaço de contestação e de ofensiva que seria necessário por parte dessa própria oposição.
Temos uma situação onde muita gente fica discutindo se existe alguma estratégia por trás dessas intervenções estapafúrdias do senhor Bolsonaro, inclusive com questionamentos a fatos históricos, como essa história do assassinato do Fernando Santa Cruz, um assassinato que já foi reconhecido em documentos da Aeronáutica, da Marinha, do próprio Ministério Público Federal, mas ele insiste em polemizar em torno de questões que, por outro lado, abrem espaço em meio às confusões que ele mesmo provoca, para termos essa evolução dos ataques contra os trabalhadores e, particularmente, contra Constituição de 1988.
No próprio dia em que ele deu essas declarações ofensivas à memória de Fernando Santa Cruz e também ao atual presidente da OAB, que vem a ser filho dele, ao mesmo tempo manifestou sua intenção de rever o conceito de trabalho análogo à escravidão, bem como aprontou uma medida legal para rever as normas sobre saúde e segurança dos trabalhadores. Isso se soma a todos esses ataques que vêm sendo feitos à nossa Constituição de 1988, especialmente na área da seguridade social, essa é a questão central.
Em meio a estagnação econômica, a um processo de privatizações selvagens que afetam a soberania do nosso país, mais do que nunca a oposição precisa acertar muito os seus ponteiros e avançar na contestação que não é somente a Bolsonaro, é ao conjunto de todas as medidas políticas que vêm sendo tomadas, inclusive com respaldo do Supremo Tribunal Federal e que afetam a nossa democracia, a soberania e, principalmente, coloca em risco o nosso presente e o nosso futuro.
Enquanto isso a gente observa a senhora Janaína Paschoal em mais uma iniciativa buscando o impedimento, a decretação do impeachment do atual presidente do STF, o Antônio Dias Toffoli. Eu, pessoalmente, não que ache que essa seja uma questão secundária, essa composição do Supremo é realmente ridícula, assim como suas decisões que vêm sendo tomadas, inclusive respaldando o que chamo de excepcionalidade institucional que, em última instância, tem como objetivo acertar a Constituição de 1988.
Portanto, ao registrar a iniciativa da Janaína Paschoal, eu apenas fico perguntando: será que no campo da oposição não há a mesma disposição de se questionar não somente Bolsonaro, se questionar o processo eleitoral do ano passado, as posições absolutamente irresponsáveis do Tribunal Superior Eleitoral e também do próprio Supremo, que assistiram o senhor Bolsonaro pregar crimes durante a campanha eleitoral sem nenhum tipo de manifestação ter sido feita de forma mais consistente e, mais do que isso, aquele festival de fake news bancado com dinheiro de caixa dois de empresas brasileiras e difundidas por empresas internacionais.
Francamente, as irregularidades são imensas, às vezes fico pensando, parece que está faltando no campo da oposição alguma advogada como a senhora Janaína Paschoal, mas essa é a marcha dos acontecimentos. Nós, no Faixa Livre, continuamos nos colocando apenas como uma tribuna de debates para procurar discutir quais os caminhos ou descaminhos a essa chamada oposição brasileira.
Ouça o comentário de Paulo Passarinho: