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Editorial – 06.01.2020

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Estamos de volta depois dessas duas semanas de recesso do final do ano passado e início desse, retornamos aqui o nosso trabalho diário ao vivo, e saudamos a todos vocês ouvintes, comentaristas, colaboradores e apoiadores do nosso programa Faixa Livre, os nossos votos de um bom ano de 2020, um ano que nós sabemos será muito duro, afinal de contas estamos em um mundo extremamente conturbado, e particularmente aqui no Brasil temos todas as incertezas desse governo que completou seu primeiro ano e inicia o segundo ano com todas as ameaças que temos aqui destacado.

 

Chamamos a atenção especialmente para essa política aberta de privatização da Petrobras que tem como objetivo liquidar a nossa principal empresa, mas especialmente o seu papel como indutor de um processo de industrialização no país. A grande virtude da criação da Petrobrás nos anos 1950 foi justamente não somente termos uma política estratégica de controle do nosso petróleo, do aproveitamento dessa nossa riqueza, mas especialmente um instrumento que nos iria auxiliar no estabelecimento de cadeias produtivas as mais diversificadas possíveis, porque justamente uma empresa integrada de petróleo que tem essa capacidade, ainda mais com as descobertas que foram feitas pelas nossa Petrobras

 

Mas tudo isso está em jogo nesse momento quando o nosso governo tem como objetivo a liquidação de todas as heranças de um dito projeto desenvolvimentista que lá nos anos 1950, 1960, 1970 do século XX tiveram muita força aqui no Brasil. Claramente nós caminhamos para uma situação semicolonial onde o ataque aos direitos dos trabalhadores, assim como a liquidação de qualquer projeto econômico mais sério vai nos colocar cada vez mais subordinados a uma ordem internacional absolutamente instável, e é neste sentido que devemos nos debruçar na edição de hoje, inclusive sobre esse ataque de Trump, do governo norte-americano, a um general iraniano, segundo na hierarquia do país e que claramente abre um processo de incertezas nesse momento muito grave.

 

O Parlamento iraquiano já aprovou medidas no sentido da retirada de todas as tropas estrangeiras do seu país, em uma decisão que claramente tem como objetivo a retirada de cerca de 5000 militares dos Estados Unidos que continuam no país. Enquanto isso, o governo de Teerã já disse que irá se afastar do acordo nuclear estabelecido em 2015 com as potências ocidentais e também envolvendo a Rússia e a China em torno do seu acordo nuclear. A denúncia desse acordo foi feita pelo próprio Trump, que se retirou em uma política já de beligerância e, principalmente, de pressão contra o governo de Teerã.

 

Iremos nos debruçar sobre esse assunto aqui na edição de hoje do Faixa Livre, bem como em relação às mudanças que estamos observando na Venezuela, onde cada vez mais parece que o Juan Guaidó, aquele preposto norte-americano autodeclarado presidente do país, cada vez se isola mais. Os chavistas elegeram agora o novo líder da Assembleia Nacional impondo nova derrota a Guaidó, mas as preocupações maiores evidentemente se voltam aqui para o nosso país, 2020 será um ano, espero eu, de luta, resistência e, principalmente, de derrota para o governo Bolsonaro, não pelos olhos do senhor presidente, mas simplesmente porque suas posições são liquidacionistas em relação a qualquer ideia de uma nação independente e nós temos de ter o compromisso de construir uma nação para o nosso imenso povo.

 

Um povo que precisa de proteção do Estado, de políticas de emprego que deveriam ser induzidas pelo próprio Estado e de empresas nacionais que tenham condições de fazer com que o desenvolvimento seja para nosso povo e nosso país, e não para o lucro de grandes corporações internacionais que cada vez olham com mais interesse o nosso petróleo, nosso setor de infraestrutura e, principalmente, a própria capacidade de trabalho do nosso povo, evidentemente querendo cada vez mais impor a exploração que caracteriza as relações capitalistas aqui no nosso país.

 

Desejamos, apesar de tudo isso, ótimos dias de 2020 para todos vocês com muita saúde, sorte e fibra para enfrentar uma conjuntura que, sabemos, é difícil, mas que todos aqueles que querem um Brasil diferente deverão enfrentar para uma vitória e, principalmente, uma mudança no clima que estamos vivendo, onde as incertezas e preocupações são crescentes.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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