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Bom dia depois desse período extraordinário em que não fizemos o programa Faixa Livre ao vivo. A última edição do programa Faixa Livre foi na quinta-feira que antecedeu o carnaval e hoje a gente volta à nossa labuta diária, mas essa interrupção, de alguma maneira, foi importante, afinal de conta nos deu a oportunidade de um distanciamento crítico em relação a alguns fatos marcantes nesse período. Só pra relembrar a vocês, quando da última vez que fizemos a edição ao vivo do Faixa Livre, a questão central que se colocava era justamente o início de um processo de motim da polícia cearense logo em seguida a questões muito graves envolvendo a polícia da Bahia.
Por que isso? Porque a polícia baiana acabou por matar o Adriano da Nóbrega, uma figura que seria central para o esclarecimento de um conjunto de crimes ocorridos aqui no Rio de Janeiro e onde há suspeita, inclusive, na medida em que Adriano da Nóbrega é apontado pela própria polícia como o suposto chefe de um Escritório do crime que teria relações com o assassinato da vereadora Marielle, é evidente que a captura de Adriano seria importante.
Seria importante também para esclarecer alguns detalhes da chamada operação de rachadinha que era organizada dentro do gabinete do ex-deputado Flávio Bolsonaro por Fabrício Queiroz, um segurança do próprio Flávio Bolsonaro, uma pessoa que priva de intimidade com atual presidente da República Jair Bolsonaro, além evidentemente de ser muito próximo, amigo de Adriano da Nóbrega, a ponto de já ter, inclusive, durante muitos anos oferecido empregado a ex-mulher de Adriano da Nóbrega, bem como a sua mãe no próprio gabinete do Flávio Bolsonaro, inclusive com participações na tal rachadinha.
Pois bem, tudo isso na verdade foi superado por tudo que eu correu no Ceará, mas principalmente por conta de um conflito que foi criado entre o governo Bolsonaro e o Congresso. O general Augusto Heleno, uma figura de proa do governo Bolsonaro, fez comentários muito agressivos ao Congresso e com base nisso, inclusive, setores bolsonaristas passaram a defender um tal ato no próximo dia 15 de março, que não sabemos mais se irá ocorrer, por conta justamente desse embate entre o governo Bolsonaro e o Congresso.
As oposições reagiram, desviaram o assunto claramente do problema das polícias, do problema não esclarecido desses crimes envolvendo Fabrício Queiroz e Adriano da Nóbrega e passaram a encarar essa suposta ameaça de golpe, tanto é que as oposições hoje realizam reuniões importantes para articular uma série de atos em defesa da democracia, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. Vocês sabem que já há algum tempo temos caracterizado o processo que vivemos desde o início da abertura do polêmico impeachment de Dilma, como de excepcionalidade institucional e onde justamente o Congresso, o Supremo Tribunal Federal e, por que não lembrar, o alto comando do Exército têm tido papéis muito graves em todo este processo.
Eu diria mesmo que essa excepcionalidade instrucional não teria condições de ter ganhado força não fora o Supremo e o próprio Congresso. Por isso, eu tenho particularmente muitas dúvidas desses caminhos, ou melhor, descaminhos que a oposição ao governo Bolsonaro nesse momento trilha. Haverá condições, por exemplo, de algum apoio popular para defesa do Congresso e do Supremo? Eu deixo a resposta com vocês.
Ouça o comentário de Paulo Passarinho: