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O governo vai tomando suas medidas ao seu modo, até porque a pressão no próprio meio empresarial é muito forte, a pressão por mudança de rumos em relação, principalmente, a essa propalada ideia de se manter a austeridade fiscal. O jornal Valor Econômico de hoje, por exemplo, tem na sua primeira manchete a informação de que analistas já veem recessão e esperam mais gasto público, justamente algo que seria impensável nesse governo que tem à frente Bolsonaro e essa figura do Paulo Guedes no comando da economia.
O governo também anunciou ontem medidas para transferência de renda para trabalhadores informais por quatro meses, seriam R$ 200 de acordo com o Cadastro Nacional Social. Não deixa de ser uma medida importante, ainda que absolutamente insuficiente dada a gravidade da situação que estamos passando, e o Comité de Política Monetária reduziu em meio ponto percentual a taxa básica de juros.
Podemos dizer que estamos já em uma situação de taxa real de juros zerada, praticamente, mas isso pouco importa neste momento porque a questão central é como deter a transmissão do coronavírus, esse novo coronavírus que está causando problemas pelo mundo afora e, principalmente aqui no Brasil, dadas as condições de vida da população, tudo indica nós poderemos ter uma tragédia de grandes dimensões.
A grande questão é que o governo, que claramente começa a cair em uma impopularidade gigantesca, basta ver os panelaços que ontem, pelo segundo dia, tomaram conta das principais cidades do país, dá show de incompetência e mentiras, a começar pela tal da coletiva de ministros que foi dada ontem tendo Bolsonaro à frente.
Ele mentiu descaradamente, inclusive querendo tirar o corpo fora da convocação das manifestações do último domingo, logo ele que usou a palavra no palanque em Roraima para estimular o público daquele evento à participação nessas manifestações que setores que o apoiam promoveram no último domingo e, mais do que isso, a própria Secretaria de Comunicação da Presidência da República produziu um post que foi amplamente distribuído nas redes sociais, com direito a bandeirinha norte-americana, convocando também para esse ato.
Ontem eu já mencionei que não acredito na possibilidade do senhor Bolsonaro não estar contaminado por esse coronavírus. Todos ao seu entorno estão, justamente aqueles que o acompanharam na viagem aos Estados Unidos, e considerando a trajetória pregressa do Bolsonaro, nós sabemos que não tem o menor constrangimento em faltar com a verdade, mas, mais do que isso, ele mostrou totalmente a sua alienação quando afirmou que seu time está ganhando de goleada. Quem respondeu a isso, evidentemente, foi boa parte da população brasileira, que ontem à noite foi às suas janelas e bateu muita panela.
Isso ganhou muita repercussão na imprensa nacional e internacional e nas grandes cidades brasileiras, é verdade que principalmente em bairros de classe média, o que não deixa de ser um sintoma muito importante, mas também aqui no subúrbio do Rio de Janeiro tenho informações, principalmente na área da Ilha do Governador ou em outros bairros da Zona Norte e mesmo da Zona Oeste, houve manifestações de protestos com as panelas fazendo muito barulho. Ontem foram três manifestações, mas a maior delas foi justamente às 20h30, de acordo com o que foi planejado pelos movimentos populares promotores do Dia Nacional de Luta pela Democracia, pela Educação e contra as reformas antipopulares e antinacionais.
Nós precisamos estar, mais do que nunca, unidos e com clareza de como enfrentar esse irresponsável governo que, de forma nítida, vai perdendo o pouco de popularidade que tinha e expondo todas as suas incongruências, inconsequências e irresponsabilidades. Talvez, junto com o coronavírus, a principal doença que temos hoje é justamente a existência desse governo presidido pelo senhor Bolsonaro.
Ouça o comentário de Paulo Passarinho: