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Editorial – 26.05.2020

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Como se diz no popular, o Brasil não foi feito para amadores. Pior que a pandemia provocada pela Covid-19, é a da ignorância propagada pelo presidente da República e pelos políticos que rezam pela sua cartilha. Somos um dos poucos, talvez o único país no mundo que começa a rever os protocolos de isolamento social para reduzir o número de casos do novo coronavírus com a curva de infecções ainda em franca ascendência e o número de óbitos quebrando recordes diariamente.

 

Algumas cidades do Rio de Janeiro já tentam liberar a reabertura do comércio não essencial, são os casos de Duque de Caxias, segunda cidade com maior número de mortes no estado e que teve o prefeito Washington Reis internado no último mês em um hospital particular da capital fluminense por conta da doença, e Niterói, que segue um processo de afrouxamento gradual das regras há uma semana. Uma decisão da 3ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, aliás, proibiu a medida em Duque de Caxias.

 

Até mesmo o prefeito do Rio, município que ocupa a segunda posição em óbitos no país, Marcelo Crivella, após se reunir com Jair Bolsonaro na semana passada, anunciou que deverá permitir o funcionamento de algumas lojas a partir do mês que vem. Pior: o pastor licenciado da igreja Universal do Reino de Deus vai incluir no decreto de serviços essenciais os templos religiosos, atendendo a uma demanda urgente daqueles que ele representa no Executivo municipal. Alguns clubes de futebol, como Flamengo e Vasco, pressionam pela retomada do calendário esportivo no estado, algo que também deve acontecer em junho.

 

O Maranhão do governador Flávio Dino, do PCdoB, estado que estava em lockdown até a última semana, já liberou a reabertura por etapas do comércio. Cidades como Belo Horizonte, Brasília e municípios de Santa Catarina também aceleram a retomada da economia autorizando a volta ao funcionamento de algumas lojas.

 

A questão é que lá mesmo, no estado do sul do país, observou-se um aumento superior a três vezes no número de infectados pela Covid-19 após as medidas de afrouxamento do afastamento social. Ainda que cada região do país tenha um quadro próprio nesta pandemia, me parece precoce, até irresponsável, se falar em reabertura das lojas única e exclusivamente para contemplar um pedido dos empresários no momento em que o país caminha para se tornar o epicentro da doença no mundo.

 

Nós também entendemos que o Governo Federal negligencia a situação das micro e pequenas empresas, que não têm acesso aos recursos disponibilizados para empréstimo no BNDES e estão à beira da insolvência, mas, antes de qualquer interesse econômico está a vida dos brasileiros. É nessa hora que devemos pressionar ainda mais a gestão Bolsonaro a oferecer recursos e dignidade a empresas e à população.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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