Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:

Editorial – 03.07.2020

Compartilhe:
editorial_1170x530

Nesse verdadeiro tsunami em que está a política do país ultimamente, alguns assuntos acabam passando batidos por nós aqui no Faixa Livre, e eu gostaria de citar alguns deles neste editorial. Primeiro eu queria falar sobre essa ameaça que surgiu nos últimos dias de o Rio de Janeiro deixar o Regime de Recuperação Fiscal instituído em acordo com o Governo Federal, em 2017, a saída mambembe encontrada para que o estado tentasse recuperar a saúde financeira dos cofres públicos.

 

Este plano previa que o Rio deixasse de pagar suas dívidas com a União durante quatro anos. Em troca, teria de adotar medidas para reduzir os gastos públicos e aumentar a arrecadação para que atingisse o equilíbrio fiscal. A privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos, a Cedae, também foi colocada no pacote dos neoliberais para que o acordo fosse fechado.

 

Pois bem, o Conselho de Supervisão do Regime de Recuperação Fiscal, órgão ligado ao Ministério da Economia, havia listado 25 violações das regras do acordo, entre elas o aumento de despesas com servidores. Caso o estado não apresentasse compensações, seria obrigado a deixar o regime, o que ampliaria ainda mais o caos financeiro.

 

A Secretaria de Fazendo do Rio de Janeiro apresentou as tais contrapartidas financeiras, com medidas de austeridade, que somam R$ 95 milhões. Deste valor, o conselho federal aceitou R$ 65 milhões e confirmou a permanência do estado no plano. No entanto, ainda há outros processos sobre novas violações em análise.

 

Fato é que esse Regime de Recuperação Fiscal negociado por um governador sem a menor legitimidade, que depois viria a ser preso, o Luiz Fernando Pezão, sem participação alguma da Assembleia Legislativa, com um presidente igualmente sem representatividade, golpista, que é o caso de Michel Temer, comprometeu completamente o Rio de Janeiro, deixou o estado engessado e ainda deu como garantia a entrega de uma empresa lucrativa e fundamental como a Cedae. Esse plano de recuperação tem vícios de origem.

 

Outro tema que eu gostaria de abordar aqui no programa é a morte de mais uma criança no estado do Rio vítima de bala perdida. O menino Ítalo, de apenas sete anos, foi atingido na cabeça quando estava na porta de casa, no bairro do Éden, em São João de Meriti, Baixada Fluminense, na noite da última terça-feira. O episódio aconteceu durante um tiroteio repentino entre policiais e supostos traficantes na região e não houve a identificação de quem partiu o tiro.

 

O garoto ainda foi socorrido por familiares, mas já chegou morto à Unidade de Pronto Atendimento da região. A mãe do Ítalo foi infectada pela Covid-19 recentemente e o garoto disse à família que seu sonho era ser médico para que pudesse cuidar dela. Ítalo é a sétima criança morta este ano pela política genocida do governador Wilson Witzel, de acordo com a ONG Rio da Paz. Esse é o resultado de um Estado aliado ao grande capital que violenta direitos e elimina a população pobre.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

Deixe seu comentário:

Apoie o Faixa Livre:

Apoie o Faixa Livre:

Baixe nosso App

Baixe nosso App

Programas anteriores