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Editorial – 10.07.2020

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Acuado pelo avanço das investigações a respeito da rede de fake news que o levou ao Palácio do Planalto e segue sustentando o seu mandato, o presidente Jair Bolsonaro se viu obrigado a buscar apoio nos neoliberais, que ameaçavam desembarcar do governo, e fez uma série de acenos nos últimos dias a este grupo que predomina no cenário político brasileiro.

 

A primeira sinalização foi dada pelo ministro da Economia Paulo Guedes, no início da semana, ao avisar que o governo está preparando quatro grandes privatizações já para os próximos 90 dias. Curioso nessa história é que o Posto Ipiranga do ex-capitão do Exército utilizou o argumento das desestatizações para negar que a administração federal vá usar as empresas públicas como cabide de empregos para os parlamentares do chamado Centrão, que se alinharam ao presidente nos últimos meses. Uma falácia da pior espécie, verdade seja dita.

 

Outro sinal ao grande capital foi dado ontem, quando o vice-presidente Hamilton Mourão e ministros realizaram uma videoconferência com investidores estrangeiros para falar a respeito da preservação do meio ambiente, pauta fundamental nos novos tempos para que haja participação do capital internacional na nossa economia. A destruição da biodiversidade, em especial o desmatamento da floresta Amazônica, tem deixado o mercado internacional em alerta.

 

Ao lado dos ministros Braga Neto, da Casa Civil, Tereza Cristina, da Agricultura, Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, Ricardo Salles, do Meio Ambiente, Fábio Faria, das Comunicações, e do presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, o general Mourão, que comanda também o tal Conselho da Amazônia, acalmou os investidores e contou com a ajuda do cambaleante Salles, ameaçado de demissão após um pedido de afastamento do cargo pelo Ministério Público Federal por conta de uma ação por improbidade administrativa.

 

O ainda titular da Pasta do Meio Ambiente garantiu que apresentará aos detentores do capital estrangeiro mecanismos para que possam auxiliar o governo brasileiro a conservar nossa biodiversidade. Participaram da reunião empresários do Reino Unido, Suécia, Noruega, Holanda e Japão. Parece mentira, mas ao invés de alocar recursos públicos para a preservação do meio ambiente, o Governo Federal pede ajuda a outros países. Mais uma prova da incapacidade de Bolsonaro de governar.

 

Além disso, em um movimento para agradar tanto o grande capital, quanto os caciques do fisiologismo parlamentar, o presidente da República tem buscado se afastar cada dia mais da ala ideológica do Congresso. Ele ordenou o major Vitor Hugo, que comanda o governo na Câmara, a trocar quatro deputados que ocupam vice-lideranças na Casa. Dentre eles estão Daniel Silveira (PSL-RJ), investigado no inquérito sobre os atos antidemocráticos no Supremo, e Otoni de Paula, que recentemente divulgou um vídeo nas redes sociais com ameaças ao ministro do STF Alexandre de Moraes.

 

O cerco se fecha para Jair Bolsonaro e quem lucra com isso são os neoliberais. À massa de trabalhadores resta resistir e cobrar da oposição uma atuação firme para que o ex-capitão do Exército seja retirado do cargo máximo do República o quanto antes.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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