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Editorial – 14.08.2020

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Ontem nós tivemos a notícia preocupante vinda do governo da China, que detectou amostras de asa de frango congeladas importadas do Brasil, de um frigorífico localizado em Santa Catarina, com resultado positivo para o novo coronavírus. Pelo comunicado, essas amostras teriam sido retiradas da superfície da ave, diferente de outras que tiveram a confirmação de contaminação pela Covid-19 a partir de material recolhido das embalagens.

 

O exame foi feito no distrito de Longgangdeu e deu positivo na última terça-feira. O resultado foi confirmado em um reexame feito pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças local. A empresa brasileira responsável pela produção do frango questiona a presença do vírus especialmente por conta de o lote ter sido transportado congelado por 40 dias até o país asiático. A Organização Mundial da Saúde avisou que não é necessário pânico por conta deste episódio e que não há problemas com a cadeia alimentar.

 

Apesar da contaminação descoberta, o governo chinês afirmou que, por enquanto, ainda não vai estabelecer restrições para importações brasileiras, apesar de já haver a suspensão das exportações de sete frigoríficos nacionais por conta da pandemia. E esse é o grande problema que se coloca. Apesar de todo esforço do governo de Jair Bolsonaro para mudar este panorama através de ataques frequentes e gratuitos aos chineses, o país asiático ainda é o maior parceiro comercial do Brasil. Um boicote chinês à nossa carne por questões sanitárias pode trazer sérias repercussões em todo mundo, ainda mais em um momento de crise econômica generalizada.

 

Também no cenário internacional, foi anunciado o estabelecimento de um acordo de paz entre Israel e Emirados Árabes que levará à normalização das relações diplomáticas entre as duas nações do Oriente Médio. As informações dão conta de que o presidente dos Estados Unidos Donald Trump teria intermediado as tratativas.

 

Pelo acordo, segundo informações da agência Reuters, Israel concorda em suspender a aplicação da declaração de soberania a áreas da Cisjordânia que vinha discutindo anexar. Autoridades estadunidenses dizem que o tratado de paz vinha sendo negociado há meses. Fato é que Donald Trump tenta de todas as formas melhorar sua imagem nos Estados Unidos em busca da agora improvável reeleição em novembro. Ainda mais após o anúncio pelo partido Democrata do nome da senadora negra Kamala Harris para vice na chapa de Joe Biden, que deve incorporar ainda mais o tema da igualdade racial nas eleições norte-americanas

 

Já aqui no Brasil, a situação do presidente Jair Bolsonaro segue se complicando. De acordo com apuração do jornal Folha de S. Paulo, a personal trainer Nathália Queiroz, filha do ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro Fabrício Queiroz, repassava quase 80% dos seus salários ao pai quando estava empregada no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, em Brasília.

 

As informações constam nos extratos bancários da jovem levantados a partir da quebra de sigilo autorizada pela Justiça. Nathália transferiu mais de R$ 150 mil para a conta do policial militar aposentado de janeiro de 2017 a setembro de 2018. A dinâmica desses repasses seria a mesma sustentada pelo Ministério Público do Rio no esquema de rachadinha no antigo gabinete de Flávio na Alerj. Curiosamente, os repasses mensais da personal trainer para o pai foram interrompidos logo após o suposto vazamento de informações ao filho do presidente da República sobre as investigações que envolviam seu mandato. Só acredita em coincidência quem quer.

 

Está mais do que evidente que esse esquema de repasse ilegal de verbas públicas ocorre há muito tempo na família Bolsonaro. Não por acaso foram descobertos aqueles depósitos que somaram R$ 89 mil na conta da primeira-dama Michelle pelo mesmo Fabrício Queiroz e sua esposa Márcia, não por acaso surgiu a notícia de que a ex-esposa de Bolsonaro, Rogéria, comprou um imóvel em 1996, quando ambos ainda eram casados, pagando R$ 95 mil em dinheiro vivo. Imaginem quanto representava esse valor 24 anos atrás, logo após o estabelecimento do plano Real? Ou seja, há muita sujeira por trás dessas histórias e nós devemos pressionar a Justiça para que investigue tais acusações gravíssimas envolvendo o chefe do Executivo.

 

Enquanto isso, Bolsonaro segue atendendo aos anseios do grande capital reafirmando seu compromisso com o teto de gastos, com as privatizações das nossas estatais, com a agenda de reformas patrocinada por Paulo Guedes e que conta com o auxílio luxuoso desse agente da banca chamado Rodrigo Maia. Precisamos denunciar dia após dia essa turma para que o nosso país não seja entregue de mão beijada aos interesses internacionais.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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