Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:

Editorial – 21.08.2020

Compartilhe:
editorial_1170x530

Toda a cadeia criminosa que cerca a estratégia bolsonarista de atacar opositores com a produção e compartilhamento de notícias falsas vai caindo pouco a pouco. E, como todos nós já sabemos, os crimes cometidos por esse pessoal não se resumem “apenas” à propagação de fake news. Quem foi alcançado pela Justiça, desta vez, é certamente o principal articulador dessa rede que atravessa fronteiras.

 

Steve Bannon, ex-estrategista do presidente dos Estados Unidos Donald Trump e ideólogo de extrema-direita, foi preso na manhã de ontem acusado de fraude pelo desvio de até US$ 1 milhão, aproximadamente R$ 5,65 milhões. O montante foi doado por milhares de pessoas para a campanha virtual “Nós Construímos o Muro”, que buscava arrecadar fundos para erguer o muro entre os Estados Unidos e o México.

 

O ultraconservador e conselheiro da família Bolsonaro, além de outros três acusados, teriam “fraudado centenas de milhares de dólares dos doadores, capitalizando em cima de seu interesse de construir o muro na fronteira para arrecadar milhões de dólares sob o falso pretexto de que a quantia seria usada em sua construção”, de acordo com o que disse a procuradora federal Audrey Strauss, que atua no distrito de Manhattan.

 

Segundo a Procuradoria Federal em Nova York, a campanha virtual para a construção daquele que é o principal símbolo do ódio de Donald Trump aos imigrantes arrecadou um total de US$ 25 milhões. Até 2017, Bannon foi estrategista-chefe do presidente dos Estados Unidos e é considerado um dos principais responsáveis pela sua vitória nas eleições do ano anterior. Após pagar uma fiança de US$ 5 milhões, o ex-assessor do candidato republicano à reeleição acabou deixando a cadeia.

 

Questionado a respeito da prisão, Trump disse que se sente “muito mal” e acha um “triste acontecimento”, mas afirmou que desconhece a organização da arrecadação de recursos para que o muro seja erguido.

 

Em janeiro do ano passado, Bannon nomeou informalmente Eduardo Bolsonaro, filho do ex-capitão do Exército e que chegou a ser cogitado para assumir a Embaixada brasileira nos Estados Unidos, como líder na América do Sul do movimento da direita populista. O agora presidiário chegou a dizer, após a eleição presidencial no Brasil, que “estava muito bem impressionado” com Eduardo e que ambos compartilhavam “a mesma perspectiva em relação à economia, estabilidade, lei e ordem”.

 

O encarceramento do supremacista branco, envolvido no escândalo da Cambridge Analytica, empresa responsável por liderar golpes em vários países periféricos do mundo, além de minar ainda mais a campanha à reeleição do presidente estadunidense, atinge frontalmente o principal pilar do bolsonarismo.

 

Essa rede de compartilhamento em massa de notícias falsas, investigada em inquéritos pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Congresso, e que acabou alçando Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto, é responsável por todo esse caos que o país enfrenta atualmente.

 

O enfraquecimento deste tipo de estratégia criminosa tende a deixar Jair Bolsonaro ainda mais isolado. Esperamos que seja apenas o começo da derrocada dos ideais de extrema-direita em todo o mundo e que a Justiça brasileira tenha coragem para cassar a chapa Bolsonaro-Mourão por conta desse financiamento ilegal para disparo de fake news.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

Deixe seu comentário:

Apoie o Faixa Livre:

Apoie o Faixa Livre:

Baixe nosso App

Baixe nosso App

Programas anteriores