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A Comissão Especial de Impeachment da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou ontem, por unanimidade, o relatório do deputado Rodrigo Bacelar, do Solidariedade, pelo prosseguimento do processo de afastamento do governador Wilson Witzel. O texto agora será enviado ao plenário da Alerj e a expectativa é de que ele seja votado pelos parlamentares na próxima semana.
Dos 25 integrantes da comissão, apenas o deputado João Peixoto, do Democratas, não compareceu, pois está internado com a Covid-19. Até mesmo Léo Vieira, do PSC, mesmo partido de Witzel, se colocou favorável ao relatório. Em sua defesa, o governador afastado pelo Superior Tribunal de Justiça argumentou pelas redes sociais que recebeu com respeito e tranquilidade a decisão dos parlamentares, mas que não cometeu crimes e está sendo julgado sem direito à ampla defesa.
Fato é que a situação de Witzel é praticamente irreversível, a cassação do seu mandato são favas contadas. O problema é que o governador em exercício Cláudio Castro também é investigado pelo Ministério Público por suspeita de corrupção. A Rede Globo divulgou na última quarta-feira imagens que mostrariam supostamente o substituto do ex-juiz federal indo ao encontro de um executivo da empresa Servlog para receber cerca de R$ 100 mil em propina por um contrato na Fundação Leão XIII. A sujeira é ampla, geral e irrestrita.
Na capital do estado, a situação não é muito diferente. O prefeito Marcelo Crivella se livrou da instauração de mais um processo de impeachment acusado de improbidade administrativa e crime de responsabilidade pelo envolvimento em um suposto esquema de corrupção apelidado de QG da Propina, onde haveria a entrega de dinheiro ilícito a agentes públicos para a assinatura de contratos com a Prefeitura.
A Câmara dos Vereadores arquivou o pedido por 24 votos a 20, e Crivella segue cambaleante até o fim do mandato, em dezembro, ainda que haja investigações do MP a respeito do caso. A reeleição do bispo licenciado da Igreja Universal, acusada de lavar dinheiro nesse mesmo esquema, é que está ameaçada.
Enquanto parte dessa casta política desvia dinheiro público, um levantamento feito pelo IBGE mostrou que mais 3 milhões de brasileiros entraram no mapa da fome nos últimos 5 anos. Agora, são cerca de 10,3 milhões de pessoas no país que não têm acesso regular à alimentação básica. Mais um retrato da realidade nua e crua de uma nação que tira dos paupérrimos para dar àqueles privilegiados do topo da pirâmide.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: