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O Brasil passou ontem por mais um episódio da vergonha internacional que é o governo de Jair Bolsonaro, desta vez por conta do discurso do presidente da República na abertura da Assembleia Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU), realizada tradicionalmente em Nova York, mas, por conta da pandemia, ocorrendo de maneira remota, com os líderes mundiais enviando suas declarações gravadas.
Foram tantos os absurdos proferidos pelo ex-capitão do Exército que fica até difícil classificar qual foi o pior. Para começar, Bolsonaro tentou desqualificar a crítica e minimizar os incêndios e o desmatamento que devastam o Pantanal e a Amazônia dizendo que o Brasil é vítima de uma campanha brutal de desinformação.
O chefe do Executivo federal disse que tal campanha é escorada em interesses escusos por parte de instituições internacionais junto a associações brasileiras aproveitadoras e impatrióticas para prejudicar o seu governo. Afirmou também que a floresta amazônica só pega fogo nas bordas por ser úmida e que os responsáveis pelas queimadas seriam os índios e os caboclos.
A tentativa covarde e mentirosa de Jair Bolsonaro de se livrar da responsabilidade pela destruição dos nossos biomas teve péssima repercussão, como era de se esperar. O Observatório do Clima, grupo composto por 50 organizações não governamentais e movimentos sociais brasileiros classificou as declarações do presidente na ONU como “um novo delírio”, expondo o país de forma “constrangedora”.
A entidade afirmou também que Bolsonaro confirmou as “preocupações dos investidores internacionais que pensam em sair do Brasil”. E as alegações em relação ao cenário nas nossas florestas passaram longe de ser as únicas sandices ditas pelo líder brasileiro.
Em relação à pandemia de Covid-19, o presidente da República ressaltou que sempre defendeu medidas para preservar a saúde das pessoas e combater os efeitos econômicos provocados pela doença, criticou mais uma vez as medidas de isolamento social, dizendo que as orientações para que as pessoas ficassem em casa durante a crise de saúde quase levaram o país ao caos social, lembrando que a Justiça decidiu que estados e municípios eram responsáveis pelos protocolos de combate ao novo coronavírus.
Além disso, Bolsonaro atacou a Venezuela com mais uma mentira, dizendo que o óleo derramado no litoral brasileiro no ano passado é do país vizinho, sendo vendido sem controle e que o derramamento se deu de maneira criminosa. Para completar a alucinação bolsonarista, o ex-capitão pediu o combate à “cristofobia” no mundo, reafirmando o Brasil como um país cristão, e fez rasgados elogios ao presidente dos Estados Unidos Donald Trump, candidato à reeleição.
O show de desinformação e as mentiras ditas sem a menor cerimônia pelo chefe da nossa nação fazem com que o Brasil se torne novamente piada internacional, afetam diretamente a nossa diplomacia, que vê seu longo histórico de respeito no mundo sendo destruído, e confirmam mais uma vez que o Brasil enfrenta a pior gestão de sua história no Governo Federal.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: