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Parece que a recém-iniciada carreira política do governador eleito do Rio de Janeiro Wilson Witzel, do PSC, está a um passo de se encerrar. Ontem, a Assembleia Legislativa decidiu aprovar o relatório do deputado Rodrigo Bacelar, do Solidariedade, pelo prosseguimento do processo de impeachment por crime de responsabilidade devido ao envolvimento de Witzel no escândalo de desvio de verbas na Secretaria de Saúde.
O governador, que teve sua candidatura a um cargo eletivo lançada graças ao processo de judicialização da política provocado pela operação Lava Jato e chegou ao governo do estado devido a outro fenômeno, dessa vez o do bolsonarismo, que o levou de 1% das intenções de voto a duas semanas do primeiro turno das eleições a uma surpreendente vitória, aguarda agora o parecer definitivo de um tribunal misto formado por cinco deputados estaduais escolhidos pela Alerj e cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio sorteados, que vai definir a cassação de seu mandato.
O personagem que dizia que ordenaria os policiais a atirarem na cabecinha de quem estivesse portando um fuzil nas favelas do Rio de Janeiro, que deu pulos em comemoração à morte do sequestrador de um ônibus em meio à ponte Rio-Niterói, que atirou de um helicóptero contra uma construção abandonada em um morro, sente agora o peso do isolamento provocado pela inexperiência na política somado ao evidente envolvimento em ilícitos graves. A institucionalidade cobra o seu preço.
Processo semelhante passa o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, do PSL, e sua vice Daniela Reinehr, sem partido, que também enfrentam um pedido de impeachment acusados de darem aumento salarial aos procuradores do estado no ano passado por meio de decisão administrativa. Vale lembrar que o PSL é a mesma legenda pela qual o presidente Jair Bolsonaro foi eleito em 2018.
Ao mesmo tempo em que nós lamentamos esses episódios do afastamento do cargo de políticos eleitos, temos de ressaltar também, pelo menos no Rio de Janeiro, a facilidade com que essas situações de envolvimento em atos ilícitos ocorrem nos governos. Aqui no estado, é algo enraizado há no mínimo 20 anos. Esperamos que esse tipo de episódio sirva de exemplo para esses outsiders da política que tentam se colocar como alternativa, mas apostam na velha fórmula da corrupção.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: