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Eu gostaria de falar rapidamente a respeito dessa denúncia feita no final da última semana pela revista Época de que órgãos do Governo Federal, a pedido da defesa de Flávio Bolsonaro, se mobilizaram em busca de elementos que permitissem a anulação das investigações envolvendo Fabrício Queiroz.
O presidente Jair Bolsonaro, em um diálogo com os advogados do seu filho, Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, e que teria contado também com a participação do ministro Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e de Alexandre Ramagem, diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), teria recebido documentos que provariam, na visão das advogadas, a existência de uma organização criminosa instalada na Receita Federal, responsável por levantar informações que embasariam os relatórios de inteligência do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
O Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco) divulgou uma nota a respeito do tema repudiando a tese supostamente levantada pela defesa de Flávio Bolsonaro. Eu passarei agora à leitura da nota do Sindifisco:
“O Sindifisco Nacional esclarece que as informações veiculadas na imprensa acerca de um suposto elo entre o trabalho realizado pela Corregedoria da Receita Federal no Rio de Janeiro e as investigações em torno do senador Flávio Bolsonaro são inconsistentes e demonstram desinformação quanto ao trabalho da Receita Federal e do COAF.
De plano, cabe elucidar que a Receita Federal não repassa informações ao COAF. Ocorre exatamente o contrário: o COAF é quem produz os Relatórios de Inteligência Financeira, os chamados RIFs, com base em informações fornecidas pelas instituições financeiras, obrigadas a informar ao órgão movimentações atípicas de recursos.
Já a Corregedoria da Receita Federal tem como missão apurar infrações disciplinares de servidores e não se envolve com questões relacionadas às fiscalizações tributárias dos contribuintes”.
Fica claro que a família do presidente tem se utilizado de todos os artifícios, inclusive os mais rasteiros, para tentar livrar Flávio Bolsonaro da Justiça. Essa história mostra mais uma vez que o clã Bolsonaro se articula com uma série de bravatas, a da vez é a discussão sobre a vacina chinesa contra a Covid-19, para desviar o foco da opinião pública do que realmente importa, que são os crimes cometidos pelo presidente e seus familiares, que se utilizam da estrutura do Estado para tentar encobrir seus malfeitos.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: