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Ainda que o efeito eleições municipais seja muito sentido em todo o país, visto que teremos o segundo turno no próximo dia 29, e, por incrível que pareça, uma parcela da militância petista queira exaltar algum tipo de avanço do partido depois da derrota retumbante que o PT e a esquerda, em geral, sofreram nas urnas, os demais temas do cenário político voltam a tomar o noticiário.
Tivemos ontem, por exemplo, a cúpula dos Brics, que aconteceu de maneira virtual e marcou o primeiro encontro entre o presidente Jair Bolsonaro e o líder da China Xi Jinping depois daquela polêmica em que o ex-capitão do Exército atacou a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
E, como era de se esperar, o clima entre os dois chefes de Estado está péssimo. O mandatário chinês enfatizou que seu país é um dos que estão mais avançados nos estudos de um imunizante contra a doença, enquanto o brasileiro disse que está “em sintonia” com o restante das nações em busca de uma vacina “segura e eficaz” que possa dar fim à pandemia.
Afora a troca de farpas entre Bolsonaro e Xi Jinping, fato é que a reunião dos Brics mostrou o Brasil absolutamente afastado do restante do bloco de cooperação, em especial dos asiáticos. Vale lembrar que a China é o nosso principal parceiro comercial. Enquanto o presidente chinês fala em multilateralismo, redução da emissão de gases do efeito estufa e do aquecimento global, bem como exalta instituições como a Organização das Nações Unidas e a Organização Mundial do Comércio, Bolsonaro ignora todas essas pautas.
O isolamento do Brasil se amplia no cenário geopolítico e Donald Trump, guru do presidente brasileiro, parece começar a aceitar a derrota que sofreu para Joe Biden nas urnas, ainda que naquele tradicional discurso de negação da realidade. No último domingo, o líder estadunidense admitiu a vitória do rival ao escrever em uma rede social que “ele venceu porque a eleição foi fraudada”.
Enquanto Trump começa a entender o que a história lhe reserva, que é um obscuro limbo, Jair Bolsonaro caminha a passos largos para fazer companhia a ele em 2022. O que nós esperamos é que os brasileiros, no pleito presidencial, façam esse trabalho mais que fundamental se quisermos, de fato, ter alguma perspectiva de crescimento, civilidade e redução das desigualdades no nosso país.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: