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Enquanto o mundo segue nos enchendo de esperanças com a divulgação do sucesso nos testes de vacinas contra a Covid-19, dessa vez a desenvolvida pela Universidade de Oxford, que teve confirmada até 90% de eficácia, o presidente Jair Bolsonaro mantém a sua trajetória de irresponsabilidade.
Eu não cheguei a comentar ontem uma notícia divulgada no fim de semana pelo jornal O Estado de S. Paulo a respeito de um lote de testes para o novo coronavírus, com mais de 6,8 milhões de exames, ao custo de R$ 290 milhões, comprados pelo Ministério da Saúde e que podem acabar no lixo, pois a validade deles se encerra entre dezembro deste ano e janeiro de 2021. Vale lembrar que, até agora, a rede pública realizou pouco mais de 5 milhões de testagens para a doença, número inferior ao lote encalhado.
Pois bem, o ex-capitão afirmou ontem que estados e municípios é que devem dar explicações a respeito deste episódio, isentando o Governo Federal de responsabilidade. Em resposta a um apoiador, o chefe do Executivo disse: “Todo o material foi enviado para estados e municípios. Se algum estado/município não utilizou deve apresentar seus motivos”.
Antes dessa declaração do presidente da República, os conselhos de secretários municipais e estaduais de Saúde, Conasems e Conass, relataram que o Ministério não entregou todos os kits de testes e máquinas para automatizar a análise das amostras que havia prometido. Enquanto Bolsonaro expõe toda sua ignorância e desleixo em relação ao povo brasileiro, o representante máximo do grande capital na gestão federal, o ministro da Economia Paulo Guedes garantiu que o governo “vai ao ataque” nos próximos dois anos com privatizações e reformas.
Em uma videoconferência sobre comércio internacional, Guedes disse que o objetivo é transformar o Brasil em “uma grande zona livre de comércio”. Eu vou reproduzir um dos trechos da fala do Posto Ipiranga do Jair Bolsonaro para vocês terem uma ideia do tamanho do desastre. Destacou o ministro: “Vamos para as privatizações, com abertura, com simplificação, reforma tributária, a reindustrialização em cima de energia barata. É esse o panorama à frente”.
Abertura, reforma tributária, energia barata. Será que ele quer repetir o modelo do Amapá de geração e distribuição de energia para reindustrializar o Brasil? Fica cada dia mais claro o projeto que esse pessoal tem para o país, que é o de entrega do Estado nacional e de precarização das condições de vida do brasileiro, concentrando cada vez mais a renda. Derrotar o bolsonarismo é mais que obrigação, de preferência antes de 2022, com a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão pelo Tribunal Superior Eleitoral. Seguiremos aqui no Faixa Livre cobrando as instituições e a dita esquerda uma postura à altura em defesa da população do nosso país.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: