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A instabilidade do presidente Jair Bolsonaro me faz suspeitar, sem qualquer tipo de ironia ou desapreço, que ele necessite de auxílio de um profissional de saúde mental. Talvez sofra de algum distúrbio de dupla personalidade porque não é possível que ele esteja na plenitude de sua capacidade cognitiva.
Exemplo disso foi a reunião de cúpula realizada ontem por videoconferência entre os líderes do Mercosul. O chefe do Executivo brasileiro afirmou aos seus pares que as discordâncias entre os países do bloco devem ficar de lado pois elas “pertencem a um passado já superado”. Ele disse também que a atuação do grupo em 2020 se deu com “flexibilidade e pragmatismo”.
Essa figura que tentou demonstrar equilíbrio com nossos vizinhos sul-americanos é a mesma que no ano passado atacou de maneira grosseira Alberto Fernández à época das eleições presidenciais da Argentina contra Maurício Macri, é aquele que não cansa de condenar e combater o regime de Nicolás Maduro na Venezuela, enfim. Ainda não dá para saber efetivamente quais são as intenções de Bolsonaro com essa retórica ponderada, eu só espero que esse instante de lucidez do ex-capitão não se desfaça na primeira desavença.
Eu também gostaria de falar rapidamente a respeito da apresentação oficial por parte do Governo Federal do plano nacional de imunização contra a Covid-19. O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello afirmou que o país dará prioridade a qualquer uma das vacinas que tenham o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), inclusive a Coronavac, produzida em parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac, algo que vinha provocando uma enorme polêmica nos últimos tempos por conta da guerra ideológica travada pelo bolsonarismo.
Ele garantiu também que todos os estados serão tratados de forma igualitária e proporcional, em mais um recado claro ao governador de São Paulo João Doria que garantiu a vacinação já em janeiro. Agora, algo que me chamou muito a atenção no discurso de Pazuello foi uma frase dele questionando “pra que essa ansiedade, essa angústia?”.
Talvez o ministro não saiba, eu acho que vale a pena nós avisarmos a ele que no Brasil já morreram mais de 183 mil pessoas vítimas do novo coronavírus e esse número vem aumentando de maneira alarmante nas últimas semanas. Talvez ele não saiba também que há países no mundo que já iniciaram a imunização da sua população, tais como o Reino Unidos, os Estados Unidos, onde a vacina já foi aprovada pelos órgãos regulatórios, ao contrário do Brasil, que tem a Anvisa tomada por militares, bem como o próprio Ministério da Saúde.
É como o escritor Fernando Morais nos disse aqui ao Faixa Livre ontem, se os militares entendessem de logística, o Brasil já teria uma vacina sendo aplicada na população para tentar reduzir esse verdadeiro genocídio promovido pela gestão irresponsável e negacionista de Jair Bolsonaro.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: