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Aos poucos, essa retórica neofascista vai perdendo força em todo o planeta. Ontem (20) mais um capítulo desse processo se deu, com o fim da era Donald Trump nos Estados Unidos e a posse de Joe Biden na Presidência da maior potência imperialista do mundo. A cerimônia onde o Democrata assumiu o posto se deu em clima de tranquilidade, afastando as ameaças de admiradores extremistas do agora ex-presidente.
Em seu discurso de posse, Biden pregou a união do país, atualmente dividido politicamente graças às atitudes irresponsáveis e atentatórias de seu antecessor. Além disso, o novo ocupante da Casa Branca revogou uma série de medidas impostas por Trump, paralisando a construção do muro na fronteira com o México e permitindo a entrada de muçulmanos no país, isso sem falar no retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris e à Organização Mundial da Saúde. Em seu último ato no cargo, o Republicano aproveitou-se de sua atribuição exclusiva e concedeu perdão a uma série de apoiadores, entre eles o seu ex-estrategista de campanha, o Steve Bannon, acusado de desviar dinheiro da construção justamente do tal muro. É o fim melancólico para uma gestão detestável.
Enquanto isso, aqui no Brasil, dois fatos chamaram a atenção e muito nos preocuparam por diferentes motivos. Primeiro, aquela negação da China em importar um dos insumos para a produção da Coronavac, pelo Insituto Butantan, e da vacina de Oxford, pela Fundação Oswaldo Cruz. Aliás, a Fiocruz já postergou a entrega dos imunizantes de fevereiro para março por conta deste episódio. Isso, evidentemente, nada mais é do que o início de um inevitável processo de retaliação dos chineses, que foram atacados dia após dia pelo bolsonarismo.
O presidente da República cansou de ofender, criticar e acusar a China em uma série de episódios, inclusive colocando em dúvida a eficácia da vacina produzida em parceria entre o Butantan e o laboratório Sinovac. Além disso, mostra a ausência absoluta de uma política externa, de diplomacia no Governo Federal. Ernesto Araújo é, de longe, a maior aberração que já passou pelo Ministério de Relações Exteriores.
Por conta de mais esse desgaste do ex-capitão do Exército, que põe em risco o combate à pandemia no Brasil, a hipótese de um impeachment voltou a ganhar corpo em Brasília. E é aí que entra em questão o segundo fato que assustou muita gente, que foi aquela nota do Procurador-Geral da República Augusto Aras sugerindo a hipótese de decretação pelo presidente da República de um Estado de Defesa, caçando uma série de liberdades individuais, caso o caos social se amplie por aqui.
Ainda que não haja apoio da mídia dominante a esse discurso, como em outros tempos, as forças democráticas e o Judiciário, mais uma vez, precisam responder à altura esse tipo de ameaça do bolsonarismo. Essa é a hora de levarmos à frente o processo de impedimento do ex-capitão para que tenhamos uma possibilidade mínima de vencermos a Covid-19 e paralisarmos essa tragédia humanitária e de retrocessos que temos no nosso país.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: