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A caixa de maldades do bolsonarismo apresenta todo dia um absurdo diferente. A nova do Governo Federal, ou as novas, se dão em torno das medidas para conter os efeitos da Covid-19. Na economia, o ultraliberal Paulo Gudes teve o deboche de condicionar o retorno do auxílio emergencial para a população de baixa renda afetada pela pandemia àquilo que ele chamou de “aumento automático” para alguns setores, como a educação, a segurança pública e os salários do funcionalismo.
Em uma reunião virtual com investidores estrangeiros ao lado do presidente Jair Bolsonaro, o ministro disse o seguinte: “não pode ficar gritando guerra toda hora. Nós temos que ter muito cuidado. Quer criar o auxílio emergencial de novo, tem que ter muito cuidado, pensa bastante. Porque se fizer isso não pode ter aumento automático de verbas para educação, para segurança pública, porque a prioridade passou a ser absoluta [para o auxílio]”. E ele prosseguiu:
“Pega os episódios de guerra aí e vê se teve aumento de salário durante a guerra, vê se teve dinheiro para saúde, educação. Não tem. Aqui é a mesma coisa. Se apertar o botão ali, vai ter que travar o resto todo”. Ou seja, mais uma vez fica provado que esse pessoal quer entregar a conta da crise provocada pelo novo coronavírus à própria população, incluindo os servidores públicos. Eles dão com uma mão e retiram com a outra.
E na tentativa de se livrar do impeachment, Jair Bolsonaro adotou discurso alinhado ao do seu braço direito. O chefe do Executivo autorizou que a iniciativa privada adquira doses das vacinas contra a Covid-19 para imunizar seus trabalhadores e destravar a economia. Eu farei a leitura de uma análise sucinta que o professor Gilberto Maringoni fez a respeito do tema nas suas redes sociais. Ele diz o seguinte, no texto que tem o título “Bolsonaro privatiza programa nacional de imunização e atenta contra pacto federativo”:
“Já é um acinte existirem testes privados para diagnóstico de Covid-19. Estamos em meio a uma catástrofe sanitária que envolve potencialmente toda a população. Não pode haver comercialização de um instrumento utilizado para se aferir o desenvolvimento da doença.
Não bastasse isso, vem a segunda etapa: a imunização deixa de ser política pública – e portanto direito – e passa a ser decisão de grandes empresas privadas.
A história de que as corporações querem imunizar seus funcionários e efetuarem uma “doação” ao Estado é lorota. Agora, os grupos de ricos – e não os grupos de risco – poderão furar a fila, sob a alegação de terem comprado o medicamento.
Se o empresariado – que em sua maioria apoia Bolsonaro – quer fazer alguma boa ação, que compre as vacinas e doe a totalidade ao Estado. Caso isso não aconteça, é obrigação do poder público confiscar as doses importadas e distribuí-las nacionalmente via SUS”.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: