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A mídia dominante tem adotado um discurso de condenação às atitudes do deputado Daniel Silveira, preso após ameaçar o Supremo Tribunal Federal, mas que ninguém se engane em relação aos reais interesses desse pessoal que há anos defende a ditadura do capital hegemônico no nosso país.
É o que o jornalista Milton Temer nos apresenta em mais um belo texto, onde ele destaca essa retórica sob a análise das colunas de dois desses representantes, Merval Pereira e Miriam Leitão, publicadas essa semana no jornal O Globo. Diz o Milton, em suas redes sociais:
“Na avaliação da leitura do que a direita Itaú pensa – a que não aceita retórica e métodos do governo Bolsonaro, mas dá total cobertura à sua essência explicitada na economia política – é fundamental o acompanhamento constante, mesmo que no mais das vezes tedioso, das colunas de Merval Pereira e Miriam Leitão.
Na política e na economia, são os porta-vozes dos maganos neste campo. Dizem o que este segmento do patronato pensa e só exprime em suas tenebrosas conversações privadas.
Têm acordo essencial, no entanto, com a direita Bradesco – a que sugere caminhos a Bolsonaro no escurinho discreto de jantares fora da agenda oficial, sem se importunarem com os métodos truculentos e atentatórias aos limites do jogo institucional, característicos do perfil ideológico do ex-capitão que colocaram no Planalto.
Ou seja, os dois campos se diferem apenas na forma de defender o essencial, operado pelo especulador travestido em ministro Paulo Guedes. Só se diferem entre uma ação de apoio explícito e uma ação de apoio dissimulado numa conjuntural oposição à forma de conduzir a essência antissocial do regime.
A resultante, para mim, e incontestável. Que se explodam os dois, mesmo que Merval e Miriam, como se exemplifica nas colunas de hoje, digam exatamente a mesma coisa que eu diria no tratamento do imbróglio gerado pelo miliciano meliante Daniel “o quê, ministro Alexandre?”. Quanto mais se dividirem, mais tempo e espaço fornecem para que as esquerdas se recomponham na busca da unidade combativa e anticonciliatória, sufocada nos anos do lulopragmatismo.
Ambos dizem, repito, o que o patronato pensa. E só recuperarão credibilidade quando se propuserem a pedir desculpas públicas pelo papel que desempenharam para a chegada do indigitado ao Planalto. Tanto no apoio deslavado à destituição golpista de Dilma Rousseff, quanto na posterior mobilização das manifestações de rua do senso comum imbecilizado contra o petismo.
Até lá, são parte dissimulada e hipócrita do sistema que instalou o caos político no País, agora agravado pelas sequelas sociais da pandemia. E como tal devem ser tratados”.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: