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Aquele pronunciamento falacioso e fantasioso em rede nacional de rádio e TV feito pelo presidente Jair Bolsonaro na noite da última terça-feira (23) mostrou que o ex-capitão não sabe mais o que fazer para levar à frente essa sua retórica genocida em relação à pandemia e que a única alternativa, para não perder o apoio que ainda resta do Centrão no Congresso, evitando assim a cassação do seu mandato, é dar um passo atrás, evidentemente que do jeito dele.
O presidente disse que o Brasil chegará a 500 milhões de doses de imunizantes contra a Covid-19 até o final do ano, que sempre afirmou que adotaria qualquer vacina, mentiras das mais deslavadas. Sinceramente eu não sei quem Bolsonaro tenta convencer com esse tipo de declaração dados todos os discursos negacionistas do ex-capitão nesse pouco mais de um ano de pandemia no país. Fato é que o pronunciamento foi muito criticado no mundo da política e o presidente foi alvo, mais uma vez, de panelaços em todo o país
Já ontem (24), ele tentou reduzir a pressão em um encontro que estava marcado para acontecer no Palácio da Alvorada com os presidentes dos Três Poderes, além do Procurador-Geral da República e do vice-presidente do Tribunal de Contas da União Bruno Dantas, mas, em uma ação de última hora para dispersar as críticas, Bolsonaro convocou todos os ministros do governo, além de governadores aliados, para debater as ações necessárias afim de reduzir os efeitos da pandemia, em mais uma farsa.
Após a reunião, o presidente anunciou a criação de um comitê, em parceria com o Congresso, para defender as medidas de combate à Covid-19, dizendo que caberá ao presidente do Senado Rodrigo Pacheco levar ao comitê as demandas dos governadores. Mais uma vez, as palavras do presidente receberam a reprovação da opinião pública e dos gestores estaduais e municipais.
Os prefeitos reclamaram por não estarem representados no encontro, já que são justamente as Prefeituras que promovem a vacinação no país. Já os governadores condenaram o fato de não serem ouvidos diretamente pelo comitê, mas terem seus pedidos repassados por Rodrigo Pacheco, um verdadeiro capacho de Jair Bolsonaro. Para piorar, o chefe do Executivo voltou a defender o tratamento precoce da Covid-19 no país, algo rechaçado pelas autoridades médicas há tempos. Falou que defende a vida em primeiro lugar, sem citar, dessa vez, a necessidade de manter os empregos. Enfim.
No dia trágico em que o país atingiu o número assustador de 300 mil mortes pela pandemia, fica cada vez mais claro que Bolsonaro não tem a menor condição de seguir à frente da Presidência da República. Não por acaso, a Ordem dos Advogados do Brasil entrou com um pedido ontem na Procuradoria-Geral da República para que o presidente seja denunciado criminalmente ao Supremo Tribunal Federal pelo seu desprezo pela Covid-19 nos últimos meses.
A grande questão é que o afastamento do mandato já não basta para o ex-capitão. Bolsonaro precisa ser julgado, condenado e preso por conta dos crimes contra a humanidade cometidos até aqui na pandemia. O Brasil não aguenta mais enterrar corpos todos os dias, contar mortos na casa dos milhares a cada 24 horas. Precisamos, definitivamente, do fim desse pesadelo que é o desgoverno Bolsonaro.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: