Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:

Editorial – 26.05.2021

Compartilhe:
editorial_1170x530

Ontem (25) eu me deparei com uma notícia que chamou a atenção, mas que eu confesso que não surpreendeu. A Polícia Civil do Rio de Janeiro colocou sob sigilo de 5 anos as informações referentes a todas as suas operações, incluindo aquela realizada na Favela do Jacarezinho, no dia 6 deste mês, após a decisão do Supremo Tribunal Federal que restringiu as incursões em favelas, durante a pandemia, a casos excepcionais.

 

A informação veio à tona após um pedido do portal G1, via Lei de Acesso à Informação, sobre a ação que levou à morte 28 pessoas na comunidade da Zona Norte da capital fluminense. A alegação da Polícia Civil é de que a documentação requisitada possui “informações de caráter sigiloso, inerentes a planos e operações estratégicas de Segurança Pública a cargo da Sepol [Secretaria de Polícia Civil]”.

 

Os nomes dos policiais que participaram da operação, por exemplo, não serão divulgados. A dúvida que fica é se a intenção da Polícia Civil ao colocar esse tipo de informação em sigilo por 5 anos é preservar dados sensíveis a essa e outras investigações. O Supremo Tribunal Federal e a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil criticaram a decisão, citando falta de transparência.

 

As tais informações sigilosas poderiam receber tarjas para que o teor das ações pudesse vir ao conhecimento público. É mais uma tentativa lamentável e suspeita de se esconder as reais motivações e a estratégia empregada nessa chacina que se deu na favela do Jacarezinho.

 

Enquanto isso, na CPI da Pandemia, que retomou os depoimentos ontem, a Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro, conhecida como capitã cloroquina por ser uma das principais defensoras do uso do medicamento no tratamento da Covid-19, acabou colocando o ex-ministro general Eduardo Pazuello em maus lençóis.

 

Ela contradisse o militar em relação à data em que o Ministério da Saúde tomou conhecimento da crise de oxigênio no Amazonas. Segundo a secretária, a informação chegou aos integrantes da Pasta no dia 8 de janeiro, dois dias antes do que havia dito Pazuello em seu depoimento na última semana. Além disso, ela apresentou uma versão diferente do ex-ministro quando questionada sobre a situação relacionada ao aplicativo TrateCov, que recomendava o tratamento precoce contra a doença.

 

O general da ativa afirmou que o aplicativo havia sido roubado por hackers e teve seus dados alterados, enquanto Mayra relatou que não houve qualquer alteração do que estava proposto originalmente pelo dispositivo. As mentiras defendidas pelo bolsonarismo vão se evidenciando nessa comissão parlamentar de inquérito à medida que os depoimentos avançam. O que nós queremos ver é se esse tipo de expediente, bem como a irresponsabilidade do Governo Federal, renderá punições aos gestores públicos.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

Deixe seu comentário:

Apoie o Faixa Livre:

Apoie o Faixa Livre:

Baixe nosso App

Baixe nosso App

Programas anteriores