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A nova oitiva do ministro da Saúde Marcelo Queiroga na CPI da pandemia, no Senado, que se deu ontem (08), trouxe informações importantes aos parlamentares e mostrou que o discurso em defesa da cloroquina do presidente Jair Bolsonaro está restrito ao tal do gabinete paralelo. O titular da Pasta ressaltou que não há eficácia comprovada no tratamento precoce da Covid-19, deixando o ex-capitão cada vez mais isolado.
Além disso, Queiroga admitiu que as aglomerações provocadas pelo chefe do Executivo em meio à pandemia vão de encontro às recomendações das autoridades de saúde ao analisar um vídeo de Bolsonaro rodeado de centenas de pessoas. O ministro se limitou a dizer que “as imagens falam por si só”. No entanto, ele afirmou que orienta e que não é um censor do político.
A respeito da confirmação da existência de um grupo que auxilia o presidente além do Ministério, o titular da Saúde admitiu que já “teve contato” com pelo menos quatro integrantes do gabinete paralelo: o deputado federal Osmar Terra, o vereador e filho do presidente Carlos Bolsonaro, o empresário Carlos Wizard e a médica Nise Yamaguchi. Isso mostra que o gabinete continua em plena atividade.
Enfim, a comissão parlamentar segue acumulando provas da irresponsabilidade do Governo Federal diante da pandemia. Resta saber se haverá vontade política para condenar Jair Bolsonaro. Vale também registrar esse episódio do desmentido do Tribunal de Contas da União para a declaração do presidente de que o TCU teria elaborado um relatório que questionava o número de mortes pela Covid-19 em 2020. Ou seja, a desmoralização de Jair Bolsonaro se dá dentro do próprio governo.
Bem, como vocês sabem, eu tenho o costume de prestigiar bons artigos que eu leio a respeito do nosso cenário político, e hoje eu gostaria de trazer um texto do jornalista e nosso amigo aqui do Faixa Livre Milton Temer, onde ele analisa duas notícias publicadas ontem em jornais de grande circulação do nosso país. Diz o Milton:
“‘A luta de classes é fato. E nós estamos vencendo’, já afirmou publicamente Warren Buffet, o velhinho de aparência gentil que o senhor ou senhora vê logo abaixo. É manchete do Valor por mais uma jogada no manipulado “livre mercado”, instrumento fundamental do capitalismo financierizado numa globalização que garante livre trânsito de mercadorias e divisas especulativas, mas breca e reprime a movimentação desse incômodo ser humano que busca melhores condições de vida, e até de segurança pessoal, em outros países.
No mesmo dia, a vice-presidente dos Estados Unidos nos oferece uma versão adocicada da trágica política do Big Stick, agora com voz feminina, supostamente “progressista”. Faz visita oficial à Guatemala para fechar acordo com o governo guatemalteco voltado a submeter os serviços repressivos do País aos órgãos correspondentes do Departamento de Justiça ianque.
E, como filha de imigrantes, avisa aos que pretendam repetir o exemplo de seus pais que não o façam. Serão presos e, “humanamente”, deportados para as condições trágicas em que se encontravam anteriormente.
Que fique claro, portanto. Com essa burguesia em suas diversas versões, mais diretas ou mais dissimuladas, não há acordo de convivência política. Na essência, com mais sofisticação, ou com afirmações explícitas, se acertam em tordo no essencial – garantir o bom “ambiente de negócios” na exploração de mão de obra, mesmo que em condições de superexploração escravocrata da mais valia geradora de lucros e acumulação capitalista.
Vale para isso, uma sempre citação de Lenin em seu “”O Estado e a Revolução”, e que tem muita atualidade para os que se empenham nas frentes amplíssimas. Lenin se preocupava com o estiolamento da consciência revolucionária por conta da ação melíflua da burguesia na apropriação de conceitos políticos progressistas, amoldando-os a seus interesses de classe:
Em semelhante “acomodação” do Marxismo, se dão as mãos atualmente a burguesia e os oportunistas dentro do movimento operário. Como se constata na prática, o “atualmente” de Lenin continua oportunamente atual. Aos dissidentes na forma e retórica, nada contra suas ações. Mas cada um na sua calçada. Sem necessidade de ação orgânica comum.
Sem acomodações, portanto, mantendo acesa a mobilização vitoriosa do 29M na convocação do 19 de junho.
Luta que Segue, que a resistência não pode arrefecer, nem a ofensiva de resposta aos bolsominions”.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: