O escândalo de corrupção na compra de vacinas Covaxin contra a Covid-19 já teria poder destruidor para o presidente Jair Bolsonaro, mas agora surgiu um outro episódio, divulgado pelo site UOL, que pode complicar ainda mais a situação do ex-capitão. A repórter Juliana Dal Piva divulgou gravações que mostram que a prática de rachadinha definitivamente era algo comum na família do chefe do Executivo.

Áudios gravados pela ex-cunhada do mandatário, Andrea Valle, pela esposa do ex-motorista e assessor Fabrício Queiroz, a Márcia Queiroz, e também pela sua filha, Nathalia Queiroz, mostram que Bolsonaro liderava um esquema de devolução do salário pago a assessores no seu gabinete quando era deputado federal.

A mulher de Queiroz, que andou foragida enquanto seu marido estava preso em meio às investigações das rachadinhas de Flávio Bolsonaro, disse que o zero um, no caso o presidente da República, não deixará o ex-motorista atuar como antes na política, aparentemente em referência à sua operação no caso do agora senador.

Ao que parece, aqueles que acusam Jair Bolsonaro de não ter administrado nada até chegar à Presidência, se enganaram de maneira absoluta. De toda forma, o ex-capitão parece cada dia mais acuado, tanto que tentou desmerecer os enormes atos do último sábado (03) apontando para o episódio isolado de vândalos que depredaram uma agência bancária e um ponto de ônibus em São Paulo.

Além disso, Bolsonaro voltou a ameaçar naquelas suas tradicionais lives, na semana passada, dizendo que “teremos problemas nas eleições do ano que vem”, caso venha a ser derrotado nas urnas. O presidente pressiona pela adoção do voto impresso no país.

Enfim, o cerco se fecha para o chefe do Executivo e está mais do que na hora de as instituições funcionarem de fato. A Procuradoria-Geral da República já autorizou a abertura de um inquérito contra o ex-capitão para apurar as denúncias de corrupção na aquisição de vacinas, o Supremo também investiga a existência de uma organização criminosa digital que atenta contra a democracia. Ficaremos atentos a todos esses desdobramentos e seguiremos na pressão para que o pesadelo Bolsonaro tenha um fim no nosso país.

Ouça o comentário de Anderson Gomes: