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Como de costume e para privilegiar os nossos entrevistados, me sobrou muito pouco tempo para o editorial de hoje, mas eu gostaria apenas de destacar algumas situações que ficaram expostas a partir dos atos desse 7 de setembro realizados pelo bolsonarismo em várias capitais do país, onde havia a ameaça de autogolpe dessa turma ultrarradical, de invasão do Supremo Tribunal Federal, do Congresso, uma rebelião de policiais militares e, como visto, nada disso aconteceu. Não chegamos nem perto de uma tentativa de insurreição.
Primeiro porque o Jair Bolsonaro sabe que um avanço contra a nossa democracia burguesa seria um ato de suicídio político, já que não há apoio de nenhum dos atores que poderiam validar uma aventura golpista no país. Os demais Poderes da República, a mídia dominante, a maioria da sociedade civil, a ala majoritária das Forças Armadas, sequer ressonância internacional essa tomada de poder pelo ex-capitão teria.
Depois porque Bolsonaro segue ampliando seu isolamento em Brasília. O presidente do PSD Gilberto Kassab, um dos representantes do Centrão, já disse em entrevista à jornalista Míriam Leitão essa semana que não hesitaria em apoiar o impeachment do ex-capitão caso ele siga com esse discurso autoritário, desafiando as instituições, como foi novamente visto no dia de ontem, talvez na sua fala mais ameaçadora desde que assumiu o Executivo federal.
A grande questão é que o bolsonarismo é incapaz de se reinventar. O presidente seguirá nessa tentativa de se colocar como vítima de um complô do Supremo Tribunal Federal para manter sua militância mobilizada. E, como bem lembrou o nosso querido amigo e jornalista Henrique Acker, a esquerda também não demonstra qualquer capacidade de se renovar enquanto alternativa política. Ao que tudo indica, se o Legislativo ou o Judiciário não tomarem uma atitude, esse quadro de tensionamento será mantido até o fim do ano que vem.
Para terminar, eu só queria destacar os belos atos que tivemos um mais um Grito dos Excluídos e Excluídas por todo o país. Milhares de pessoas participaram das mobilizações por comida e moradia que, esse ano, mais uma vez, incorporou a pauta do ‘fora, Bolsonaro’. E é exatamente disso que o Brasil precisa, da saída imediata dessa figura nefasta do Palácio do Planalto.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: