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Editorial – 04.01.2022

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Como já é de conhecimento público, o presidente Jair Bolsonaro deu entrada ontem (03) em um hospital particular de São Paulo se queixando de dores abdominais, resultado, muito provavelmente, de uma nova obstrução intestinal semelhante a que ele já teve no passado após receber a tal facada durante a campanha eleitoral em 2018.

 

E o jornalista Leonardo Sakamoto explicou em sua coluna no site UOL, da qual eu farei a leitura de uma parte, os reais interesses do ex-capitão nessa internação repentina. O título da coluna é “Nova internação de Bolsonaro mostra que facada segue peça-chave da eleição”. O Sakamoto diz o seguinte:

 

Após passar dias andando de jet ski e aglomerando com fãs no litoral de Santa Catarina, Jair Bolsonaro (PL) foi internado, em São Paulo, com obstrução intestinal nesta segunda (3), primeiro dia útil do ano. A primeira-dama Michelle, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o próprio presidente aproveitaram para lembrar a facada que ele levou em setembro de 2018, apontando que o uso político do atentado continuará sendo peça central de sua campanha eleitoral.

 

Antes de mais nada, desejo a ele pronta recuperação. Bolsonaro precisa ter saúde para ser derrotado nas urnas, através da democracia que ele tanto ataca, mesmo que não tenha demonstrado empatia pelos 620 mil mortos por covid-19 ou pelos 25 mortos durante as chuvas no sul da Bahia.

 

E viver muitos anos para poder responder pelos crimes dos quais é acusado. Tanto os de corrupção na Justiça brasileira quanto aqueles contra a humanidade no Tribunal Penal Internacional.

 

A facada, recebida durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG), em 2018, deixou sequelas. Ao mesmo tempo, também deixou dividendos eleitorais que o então candidato à Presidência da República soube explorar muito bem para faltar a debates no segundo turno (mesmo que médicos tenham deixado claro, naquele momento, que ele poderia participar) e que, pelo visto, ele pretende colher também em 2022.

 

É reducionismo afirmar que Bolsonaro foi eleito só por conta do atentado, ignorando que Jair soube surfar uma onda antissistema e antipolítica, mesmo tendo sido parte do que há de mais fisiológico no parlamento brasileiro nas três décadas anteriores. Seu maior feito como deputado, aliás, foi ser o patriarca das rachadinhas da própria família e se tornar conhecido pela misoginia, como ao afirmar que há pessoas que merecem ser estupradas.

 

Também soube organizar uma guerrilha de ódio on-line, amplificada por seguidores fanáticos e financiada com recursos de empresários simpáticos a ele. E tido o apoio de parte do capital – que via (e ainda vê) a possibilidade de “domesticar” Bolsonaro em nome de suas pautas e interesses.

 

Sem contar que se beneficiou do fato de Lula, o candidato mais bem colocado nas pesquisas, ter sido retirado da disputa após ser condenado pelo juiz e futuro ministro da Justiça Sergio Moro – condenação que se mostrou enviesada e parcial a ponto de ter sido anulada pelo Supremo Tribunal Federal, neste ano, quando Inês já era morta.

 

O infortúnio da facada, contudo, permitiu a Bolsonaro ditar o próprio rumo e o ritmo da campanha de 2018 com o mais perfeito dos álibis”.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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