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Que o presidente Jair Bolsonaro está em campanha pela sua reeleição desde o início do mandato, lá em 2019, não é novidade para ninguém. E agora, em ano de eleições, o ex-capitão acelera nas ações para recuperar terreno e eleitores perdidos durante essa gestão trágica que ele fez.
É o que mostra a jornalista Thais Oyama, em sua coluna publicada ontem (17), no site UOL, que tem o título “Governo lança ‘pacote de bondades’ de olho no Eldorado das Classes D e E”. A colunista diz o seguinte:
“Jair Bolsonaro anunciou hoje em cerimônia no Palácio do Planalto uma série de medidas oficialmente destinadas a aumentar o volume de dinheiro em circulação no país e irrigar a economia.
O Programa Renda e Oportunidade, como foi batizado, reeditará algumas medidas tomadas de forma emergencial no pico da pandemia de coronavírus — como o aumento da margem de crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS e a facilitação do resgate do FGTS, além da antecipação para abril do 13º salário para aposentados e o lançamento de um programa de empréstimo facilitado para os mais pobres. A intenção do governo de baixar tais medidas foi antecipada em dezembro do ano passado por esta coluna.
Embora ideias como a liberação do saque do FGTS já tenham sido recentemente defendidas por Paulo Guedes, o pacote a ser lançado hoje não foi uma iniciativa do seu ministério. Guedes, no máximo, o embalou e deu o lacinho.
O Programa Renda e Oportunidade surgiu nos laboratórios da coordenação de campanha de Bolsonaro e na convicção de seus integrantes de que as chances de crescimento do presidente nestas eleições estão na conquista das classes C- e D+.
Na avaliação do comando da campanha bolsonarista — formado pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP); o filho mais velho do presidente, senador Flávio Bolsonaro (PL); o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o marqueteiro Duda Lima—, Bolsonaro tem um espaço limitado para crescer entre as classes mais ricas.
Primeiro, porque boa parte dela já está com o ex-capitão (aquela formada em sua maioria por homens, moradores dos grandes centros urbanos e fortemente anti-petista), e outra parte dificilmente será conquistada pelo presidente (a que rejeita as suas posições anti-vacina, relativas à defesa do meio ambiente e a questões LGBTQIA+, por exemplo).
Já as classes C- e D+, formadas por eleitores que ganham entre R$ 276 a R$ 1.093 de renda familiar per capita, compõem o que articuladores da campanha do ex-capitão vêm chamando de o “Eldorado” bolsonarista — pela prodigalidade de votos que abriga (37% do total de eleitores do país) e pelas carências que apresenta.
Carências às quais a máquina do governo agora não poupará esforços para atender, como, aliás, avisa o nome do programa a ser anunciado hoje.
Renda para os eleitores, oportunidade para o presidente”.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: