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Editorial – 07.06.2022

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Eu queria tratar de dois temas rapidamente aqui no nosso editorial de hoje. Primeiro desse desaparecimento, no último domingo, do jornalista britânico Dom Phillips, do jornal The Guardian, e do indigenista Bruno Pereira, no interior da Amazônia. Ambos deixaram de dar notícias quando estavam no trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e o município de Atalaia do Norte.

 

Segundo informações passadas pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Bruno, que foi coordenador regional da Funai por anos, recebia constantes ameaças de madeireiros, garimpeiros e pescadores daquela região. Ainda de acordo com a Univaja, os dois se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra junto à localidade chamada Lago do Jaburu, que é próxima da Base de Vigilância da Funai no rio Ituí, para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com indígenas.

 

O jornalista mora em Salvador, está trabalhando em um livro sobre o meio ambiente, e também faz reportagens sobre o Brasil há mais de 15 anos para outros veículos como Washington Post, New York Times e Financial Times. A Polícia Federal do Amazonas disse, em nota, que o caso “está sendo apurado”, mas não deu detalhes das investigações. O fato é que esse desaparecimento dos dois é muito preocupante e escancara a perseguição que os defensores do meio ambiente vêm sofrendo no nosso país, algo que já se dá há décadas, mas cresceu de maneira intensa na gestão Bolsonaro.

 

Aliás, eu já aproveito para convidar vocês a acompanharem, na próxima sexta-feira, no nosso debate especial no canal do Faixa Livre no Youtube, que vai debater justamente essa questão do meio ambiente no Brasil, com dois dos maiores especialistas na área, eu me refiro ao cientista climático Carlos Nobre, um dos principais pesquisadores sobre a floresta amazônica do país, e o professor do Instituto de Física da USP e ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) Ricardo Galvão, que foi afastado do cargo pelo presidente Jair Bolsonaro no início do mandato, não sei se vocês lembram desse episódio. Além deles, a cientista do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia Ludmila Rattis estará conosco. Um debate sobre um tema fundamental, com grandes estudiosos, e onde certamente vamos abordar o desaparecimento desses dois ativistas.

 

O outro assunto que eu queria citar nesse editorial rapidamente é o esboço do programa de um eventual governo do Partido dos Trabalhadores que surgiu no dia de ontem, onde pontos nevrálgicos são abordados, como a revogação da reforma trabalhista, do teto de gastos, o fortalecimento dos sindicatos, o reforço ao papel do Estado na economia. O documento, que tem 90 parágrafos, ainda será discutido com os aliados da chapa Lula-Alckmin.

 

Esses pontos, se forem levados à risca em um futuro governo, ainda que básicos para a recuperação do país, precisam ser exaltados. No entanto, novas propostas devem ser apresentadas porque não basta que voltemos ao Brasil de 2016, antes do golpe na presidenta Dilma Rousseff. É necessário fomentar o debate nesse processo eleitoral para que possamos avançar no sentido de permitir que os brasileiros tenham o mínimo de dignidade e direitos respeitados e que o país seja soberano, de fato. É essa a luta histórica do programa Faixa Livre, por um Brasil que não se coloque no papel de colônia.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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