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O tema do momento no país é esse ataque do governo Bolsonaro contra a nossa principal estatal, a Petrobras, que ontem acabou culminando com o pedido de demissão do presidente da empresa José Mauro Ferreira Coelho, como era do interesse do presidente da República e do Centrão no Congresso. Nós trataremos desse assunto à exaustão no programa de hoje, conversando com o deputado Glauber Braga e com o dirigente do Sindipetro e da FNP Vinícius Camargo.
Mas eu queria, neste editorial, tratar de uma reunião da Comissão de Transparência Eleitoral que houve ontem (20) e foi pouco divulgada, proposta pelo Tribunal Superior Eleitoral, para tratar da segurança das urnas eletrônicas no país, que contou com a participação do general Heber Portella, representante das Forças Armadas indicado pelo Ministério da Defesa de Bolsonaro para acompanhar o processo eleitoral no país.
O que chamou a atenção é que o militar não disse uma palavra sequer nesse encontro e ficou com a câmera fechada durante todo o tempo, mesmo após as seguidas declarações de representantes do alto comando de que estavam se sentindo desprestigiados pelo TSE. A jornalista Malu Gaspar tratou dessa reunião na sua coluna do jornal O Globo de ontem, que tem o título “Pivô de crise entre TSE e militares, general fica calado em reunião sobre urnas“, a qual eu farei a leitura de um trecho aqui para vocês. Ela diz o seguinte:
“Representante das Forças Armadas na comissão do TSE sobre a segurança do processo eleitoral, o general Heber Portella entrou mudo e saiu calado da reunião técnica ocorrida na tarde desta segunda-feira (20), relataram à equipe da coluna três participantes do encontro.
A comissão se reuniu nesta tarde por videoconferência por cerca de duas horas. Chamou a atenção dos presentes que Portella deixou a câmera fechada ao longo das discussões.
Durante a reunião, um dos técnicos do tribunal, Felipe Antoniazzi, explicou como se faz o cálculo de amostra do teste de integridade das urnas. Ele procurou traduzir para os presentes as respostas técnicas que o TSE enviou às Forças Armadas.
A reunião virtual foi aberta com as falas do presidente e do vice-presidente do TSE, Edson Fachin e Alexandre de Moraes, dois alvos preferenciais dos ataques disparados pelo presidente Jair Bolsonaro.
Fachin disse que ali era o foro adequado para os debates sobre as urnas – as Forças Armadas, no entanto, insistem para que o TSE marque uma reunião exclusiva de militares com técnicos do tribunal.
A comissão foi criada em setembro do ano passado para ampliar a “ampliar a transparência e a segurança de todas as etapas de preparação e realização das eleições”. Mas, na prática, o grupo tornou-se epicentro da crise instalada entre o TSE, de um lado, e as Forças Armadas e o Palácio do Planalto, de outro.
A comissão é formada por integrantes do Congresso, Tribunal de Contas da União (TCU), Polícia Federal, OAB e especialistas do meio acadêmico e da sociedade civil”.
Bom, ao que parece, a única intenção dos militares é manter o clima de tensão até as eleições, propondo medidas impossíveis de serem adotadas pela Justiça Eleitoral, como uma contagem paralela dos votos no país, tudo isso para conseguirem um argumento e tentar melar as eleições de outubro. As instituições e o povo brasileiro, principalmente, precisam ficar atentos e se insurgir contra esse iminente ataque dos militares às urnas eletrônicas. Já que as eleições se tornaram a única forma de os brasileiros intervirem no processo político do país por imposição dos que detém o poder, ao menos desse direito, de nos expressarmos nas urnas, nós não podemos abrir mão.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: