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PSOL: “Freixo candidato questiona tipo de oposição a Jair Bolsonaro”

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O lançamento da candidatura de Marcelo Freixo, deputado federal de primeiro mandato, à presidência da Câmara surpreendeu muitos atores políticos em Brasília. O parlamentar do PSOL do Rio de Janeiro se apresentou como alternativa do campo progressista à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ).

 

A intenção do partido é definir um posicionamento ideológico que confronte as iniciativas do governo de Jair Bolsonaro, do PSL, que anunciou apoio ao atual mandatário da Câmara Federal. A afirmação foi feita pelo presidente nacional do PSOL Juliano Medeiros.

 

“No fundo, o que está em questão é o tipo de oposição que teremos a Bolsonaro, se será uma oposição mais light, de ficar jogando parado, como se diz, esperando uma crise no governo, ou se teremos uma oposição de verdade, de combate, que vai contestar a agenda de Bolsonaro, evitar que a reforma da Previdência tire direitos dos trabalhadores”, relatou.

 

O líder do partido acredita que o nome de Marcelo Freixo pode atrair o apoio de legendas historicamente socialistas, que tiveram seu projeto derrotado no último pleito presidencial, e negociavam oferecer seus votos ao deputado do DEM.

 

“Lançamos a candidatura do Freixo na medida em que as articulações de PT, PCdoB e PSB para apoiar Rodrigo Maia acabaram desandando. O comprometimento dele sobretudo com a agenda econômica do Bolsonaro, que ataca dos direitos do povo brasileiro, demonstrou que jamais poderia ser apoiado pela esquerda no primeiro turno na Câmara”, destacou Juliano.

 

A eleição de outubro passado, aliás, configurou um recuo no processo de aprofundamento das pautas defendidas pelo progressismo desde o fim da ditadura militar no Brasil

 

“É preciso admitir que a esquerda sofreu uma grande derrota na eleição, e não foi uma derrota eleitoral, foi uma derrota política e ideológica. De alguma forma, valores importantes da sociedade brasileira, consolidados ao longo de 30 anos de democracia, foram solapados”, admitiu o presidente do PSOL.

 

“Se por um lado, a agenda do Bolsonaro dialoga com preocupações que realmente estão na cabeça das pessoas, como a violência, a apresentação de valores familiares, por outro, o projeto econômico, por exemplo, é radicalmente antipopular, envolve privatização, a manutenção dessa estrutura tributária absolutamente regressiva e injusta. Ele não precisou defender essa agenda porque, com o atentado que sofreu, faltou a todos os debates”, continuou.

 

Para oferecer resistência às medidas patrocinadas pela nova gestão do Planalto, Juliano Medeiros aposta em uma articulação ampla de forças políticas avessas ao ideário de extrema-direita do ex-capitão do Exército, especialmente no que diz respeito aos costumes.

 

“Acho que a esquerda sozinha certamente não tem capacidade de fazer frente ao que será o governo Bolsonaro, pelo menos nesses próximos meses em que há uma certa lua de mel com seu eleitorado, embora ele tenha trabalhado fortemente para acabar com esse clima nos últimos dias. Temos de dialogar e trabalhar na perspectiva de uma grande frente democrática com setores que não são efetivamente do nosso campo político. Será mais fácil quando o governo atacar temas que são da agenda moral, onde há setores que não são de esquerda, mas defendem o direito da população LGBT, das mulheres, das populações indígenas, o meio ambiente”, concluiu.

 

Ouça a entrevista de Juliano Medeiros na íntegra:

 

 

Entrevista em 11.01.2019

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