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Ontem a deputada Martha Rocha sofreu um atentado. Não fora um carro blindado, possivelmente as consequências dessa ação criminosa teriam sido trágicas, assim como foram trágicas as consequências da ação que foi cometida também pelo crime organizado contra Marielle Franco e seu motorista, isso há 10 meses. Isso mesmo, hoje completou-se 10 meses desse assassinato sem nenhuma solução, e ontem tivemos novamente um episódio gravíssimo da ameaça à vida da deputada Martha Rocha.
Ela estava indo no domingo para uma missa com sua mãe, idosa, quando foi surpreendida no seu carro, que estava sendo dirigido por um motorista. Esse motorista chegou a ser atingido, apesar da blindagem do automóvel. Felizmente nada aconteceu com ele de mais grave, o fato é que fica claro que existe uma ação permanente do crime organizado, possivelmente as milícias. As milícias também que são evidentemente suspeitas da execução de Marielle Franco e seu motorista. A grande questão é que nada foi esclarecido até o momento.
Tivemos inclusive, nos últimos dias, declarações muito curiosas do interventor federal na área de segurança aqui no Rio de Janeiro, o general Braga, a propósito do conhecimento de quem teria sido o mandante do crime contra Marielle Franco. É importante que essas questões sejam esclarecidas porque parece que há muita informação nos bastidores da polícia, mas os esclarecimentos à população, à sociedade, são escassos e a suspeita é que justamente a escassez de informações se deve ao fato de que os integrantes dessas milícias ou do crime organizado, como sejam, venham a ser agentes do Estado. Agentes do Estado que procuram dificultar todas as investigações a respeito do esclarecimento desses crimes.
Existe evidentemente uma promiscuidade gigantesca entre o crime e os poderes instituídos aqui no nosso estado e, porque não afirmar, no Brasil como um todo. Essas operações anticorrupção deixam isso claro. Aqui no Rio de Janeiro mesmo, esses dias, dobramentos da operação Lava Jato deixaram a nu as articulações criminosas de Sérgio Cabral e do seu bando. Evidente que é muito difícil desvincular essa ação institucional do crime das ações violentas do próprio crime a partir do aparelho do Estado. Esse é questão que, inclusive, os militares envolvidos na intervenção federal deveriam ter esclarecido, mas, pelas próprias palavras do general Braga, passou ao largo.
Isso é muito grave, mas acho que nossa sociedade está inteiramente desguarnecida, desprotegida, à mercê de sua própria sorte. E no momento em que temos agora autoridades tanto do plano federal como do plano estadual, que novamente voltam a colocar a questão do combate à violência como prioridade máxima, talvez o que tenhamos de olhar com mais carinho é o próprio aparelho de Estado, especialmente nessa sua área dita de segurança. Parece que o foco da insegurança encontra-se justamente na área da segurança.
Ouça o comentário de Paulo Passarinho: