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Vejam só como são as coisas, estamos assistindo nesse momento uma conspiração internacional patrocinada pelos Estados Unidos contra um governo legitimamente eleito e reconhecido pela Justiça do seu país, eu me refiro evidentemente à Venezuela. Ontem, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela, bem como a cúpula das Forças Armadas, deixaram claro que existe hoje uma ordem constitucional que deve ser respeitada, mas os Estados Unidos e seus aliados e, notem, a imprensa brasileira parecem desconhecer isso.
Preferem bater na tecla de um suposto presidente interino na Venezuela que seria reconhecido simplesmente pelos governos de direita aqui das nossas Américas, todos eles pressionados por Washington. Vejam bem se é possível algo do gênero. Não sem razão, governos poderosos como da Rússia e da China já se posicionaram contra qualquer tipo de aventura militar dos Estados Unidos e de seus aliados, incluindo infelizmente o Brasil, contra a Venezuela. Seria o mínimo que se pode esperar.
Se existe uma crise política naquele país, essa crise tem de ser resolvida pelos próprios venezuelanos. Não é possível uma conspiração dessa natureza patrocinada novamente pelos Estados Unidos. Já temos assistido nesses últimos tempos processos muito graves de interferência externa sempre com o dedo de Washington, ou melhor, com as armas de Washington. Já observamos a derrocada de governos eleitos, por exemplo, em relação à Turquia, à Síria, à Líbia, ao Afeganistão.
Governos que através de processos próprios dentro desses países eram constitucionalmente eleitos, não cabe a potências militares esse tipo de intervenção, mas é isso que Washington patrocina pelo mundo afora. E agora, inclusive, com esse risco de conflito militar nas nossas fronteiras. É nesse sentido que mais do que nunca seria necessário um posicionamento unânime por parte, inclusive, da imprensa brasileira em relação a essa aventura, mas qual o quê, o que temos observado é um apoio não somente do governo brasileiro como das editoriais, das chefias de todos os grandes jornais, da imprensa brasileira, uma verdadeira vergonha.
Uma vergonha que será amplificada a partir de agora por essa decisão muito grave tomada pelo deputado Jean Wyllys. O deputado Jean Wyllys é um militante dos direitos civis no Brasil, especialmente das causas relativas aos direitos de homossexuais e outras minorias que são claramente discriminadas dentro do nosso país e, com a eleição de Bolsonaro, simplesmente as ameaças contra ele apenas se elevaram.
Jean Wyllys, no meu ponto de vista, acabou dando a volta por cima, simplesmente renunciou ao seu mandato, vai se manter no exterior e evidentemente será um quadro político muito valioso para denunciar todos os desvios e riscos que estão em curso aqui no país, principalmente em relação os direitos civis, liberdade política e contra os abusos que claramente Bolsonaro e seus assessores, seus ministros, seus colaboradores vêm patrocinando dentro do nosso país.
Ontem mesmo o presidente se posicionou afirmando ser um grande dia logo após a decisão anunciada por Jean Wyllys, e depois recuou, disse que se referia às suas conquistas no exterior, ninguém sabe que conquistas são essas, Bolsonaro acaba de pagar um mico internacional gigantesco junto a seus poderosos super ministros lá em Davos, e agora essa informação e decisão do deputado Jean Wyllys evidentemente apenas ampliará uma percepção do mundo em relação ao péssimo governo que infelizmente o povo brasileiro em um processo eleitoral absolutamente suspeito acabou consagrando.
Evidentemente todo esse quadro nos coloca em uma situação absolutamente inédita em termos de crise política e da nossa relação com o mundo, e é justamente sobre essa questão que iremos debater hoje nos nossos debates especiais de sexta-feira, as idas e vindas desse governo Bolsonaro e principalmente o que poderemos não somente avaliar, mas como poderemos nos preparar para o pior, porque, afinal de contas, todas as informações que vêm do governo Bolsonaro no campo econômico, no campo social, no campo institucional são muito graves. Por isso, mais do que nunca, estaremos aqui sempre procurando refletir sobre essa realidade e buscar alternativas, soluções para que o pior não continue acontecendo no nosso país.
Ouça o comentário de Paulo Passarinho: