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Não é de hoje que a esquerda se vê diante de um obstáculo que até poucas décadas atrás não existia: a formação de lideranças políticas populares. Nosso campo sempre foi pródigo na construção dessas figuras que, seja pelo discurso firme e didático, seja pelo carisma e empatia, estiveram na linha de frente em defesa dos interesses dos trabalhadores, fomentando a luta de classes.
No entanto, desde o final dos anos 1970, início dos anos 1980, a esquerda deposita suas esperanças única e exclusivamente na figura de Luiz Inácio Lula da Silva, um ex-metalúrgico que se tornou político e, à medida em que foi ganhando destaque e popularidade, também modulou a sua militância e, nas últimas duas décadas, trocou definitivamente o discurso radical pelo conciliador.
Não por acaso ele foi o único capaz de liderar uma grande coalizão nacional para derrotar Jair Bolsonaro nas urnas, feito conquistado a duras penas. Ainda assim, tentam vender a imagem do petista como a de um político de esquerda, por mais que ele mesmo não se reconheça desta forma. O fato é que justamente pela dificuldade de se encontrar um personagem que lidere o nosso campo, as expectativas se mantém sobre Luiz Inácio, um quase octogenário e que tem começado a enfrentar problemas provocados pela idade avançada e também por infortúnios da vida, como esse acidente doméstico recente que motivou uma intervenção cirúrgica esta semana para drenar um sangramento intracraniano.
Isso acendeu o sinal de alerta na esquerda e, por mais que a equipe médica garanta que o presidente não terá qualquer tipo de sequela após esse trauma, a possibilidade de ele se afastar da política ao final do atual mandato e não buscar a reeleição se coloca no horizonte. A partir daí, qual seria a alternativa adotada pela esquerda na luta institucional para se opor a um avanço ainda mais avassalador do ideário neoliberal?
Para analisar cenários e propor alternativas, o Faixa Livre convidou a historiadora, doutora em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e pós-doutoranda na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Rejane Hoeveler, o membro do comitê central do PCB e diretor do Instituto de Relações Internacionais e Defesa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IRID-UFRJ) Eduardo Serra e o sociólogo e presidente do Instituo Cultiva Rudá Ricci.
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