O Brasil tem atualmente registrados no Tribunal Superior Eleitoral 29 partidos dos mais diferentes matizes ideológicos, de centro-direita, de centro-esquerda, de uma direita abertamente neoliberal, de extrema-direita, alguns que se apresentam como de esquerda revolucionária, muitos se fundiram para continuar existindo, mas a maioria desses partidos funciona meramente como legendas, de caráter fisiológico, em busca de cargos na institucionalidade para alimentarem seus redutos eleitorais com recursos financeiros. São poucos aqueles que se apresentam com uma plataforma de luta bem definida, que debatem internamente e com a sociedade os rumos do país, ainda que com suas contradições.

E um desses partidos de luta completou, na última quinta-feira (06), duas décadas de fundação. O Partido Socialismo e Liberdade, o PSOL, que foi idealizado a partir de uma dissidência do PT, após a expulsão de parlamentares e ex-parlamentares insatisfeitos com os rumos que o primeiro governo do presidente Lula vinha tomando, tem os ideais socialistas marcados não apenas no nome, mas no seu estatuto. No entanto, à medida em que o tempo passou, o partido foi crescendo, ganhando espaço na institucionalidade, diferenças começaram a se evidenciar ao ponto de hoje alguns especialistas classificarem o PSOL como uma “colcha de retalhos”, com correntes das mais diversas buscando seu espaço, desde aquelas que adotam uma linha mais próxima à defesa das pautas identitárias até as que defendem uma revolução social no país.

Para entendermos o que o PSOL defende enquanto estratégia de luta política e como o partido se insere na lógica institucional, o Faixa Livre convidou o jornalista, ex-deputado federal e um dos fundadores do PSOL Milton Temer e o professor de História Contemporânea na Universidade Federal Fluminense (UFF) Daniel Aarão Reis.

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