Uma parcela dos brasileiros alimentou a esperança de que, assim que Jair Bolsonaro deixasse a cadeira de presidente da República, os problemas do país magicamente estariam resolvidos. Só que não. O bolsonarismo criou raízes na institucionalidade e hoje se vê representado com força no Congresso. A herança do ex-capitão aparece não só no conservadorismo extremo e na ação política beligerante de parte dos parlamentares, mas também na sede por recursos para alimentarem seus mandatos, mal-acostumados pelo orçamento secreto oferecido pelo ex-presidente, caracterizado pela Transparência Internacional como o maior esquema de corrupção institucionalizada da história.

E a figura central deste processo chama-se Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados e apoiador declarado de Bolsonaro. A partir dessa influência do Legislativo, que levou à situação insólita e inédita de os parlamentares decidirem a estrutura organizacional do Executivo a partir da chamada MP dos Ministérios, muitos se questionam qual é o sistema político verdadeiramente vigente nos dias de hoje, destacando que o presidencialismo de coalizão estaria superado.

No programa desta sexta-feira (02), o Faixa Livre fez a discussão a respeito do modelo político que vigora no país a partir da ascensão dos parlamentares sobre a Presidência da República, com as participações do deputado federal (PSOL-RJ) Chico Alencar, o economista, pesquisador, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Marcio Pochmann e o doutor em ciência política, professor de Direito Constitucional da Universidade Cândido Mendes, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) e do Instituto Brasileiro de Advocacia Pública Sérgio Sant’Anna.

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