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O depoimento ontem (1º) do policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que diz ser representante da empresa Davati Medical Supply, responsável por intermediar contratos para compras de vacinas contra a Covid-19, convocado às pressas pela CPI da Pandemia, no Senado, para explicar a acusação de ter recebido uma proposta de propina por parte do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias para aquisição de 400 milhões de doses do imunizante do laboratório Astrazeneca, deixou uma série de fios soltos.
A questão é que, sabe-se lá por que, se por orientação de algum aliado do presidente Jair Bolsonaro ou na intenção apenas de aparecer diante da CPI, em determinado momento o depoente tentou desqualificar o deputado Luis Miranda (DEM-DF), que denunciou, ao lado do seu irmão Luis Ricardo, servidor do Ministério da Saúde, um outro suposto caso de corrupção envolvendo o governo na aquisição de vacinas Covaxin, ao reproduzir um áudio do parlamentar que teria sido enviado ao representante oficial da Davati, o empresário Cristiano Carvalho, sobre alguma negociação que não ficou clara.
Logo levantou-se a hipótese, pelos governistas, de que o deputado também estaria participando de transações para compra de vacinas, tese que foi desmentida prontamente pelo próprio Luis Miranda e pelo empresário, ambos negando à imprensa que esse áudio tratasse de imunizantes, mas sim de outros negócios do parlamentar. Aliás, eles dizem que a gravação foi editada.
Após a polêmica, os senadores da comissão decidiram apreender o celular de Dominguetti para que ele fosse periciado. Afora esse episódio, não houve grandes revelações além daquelas que já haviam sido indicadas na entrevista que o policial deu ao jornal Folha de S. Paulo, divulgada na última terça-feira (29). Ele garantiu que o pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina foi feito durante jantar em um restaurante, que fica em um shopping de Brasília, no dia 25 de fevereiro, que contou com a presença, além de Roberto Ferreira Dias, do tenente-coronel do Exército Marcelo Blanco, que foi assessor no departamento de logística do Ministério da Saúde.
A impressão que deu a todos que acompanharam o depoimento é que Dominguetti, bolsonarista convicto, teria sido orientado a inventar essa história de propina para que o governo pudesse, além de desqualificar Luis Miranda, se livrar do ex-diretor de logística da Pasta, alguém que Bolsonaro já queria demitir há tempos, mas não podia por pressões do Centrão no Congresso. Parece que é mais uma articulação criminosa da gestão do ex-capitão na tentativa de salvar sua pele.
Fato é que, neste sábado (03), os brasileiros voltarão às ruas para exigir o ‘Fora Bolsonaro’. Os atos convocados pelas centrais sindicais vão acontecer em todas as capitais e diversas cidades do país. Aqui no Rio de Janeiro, a concentração se dará a partir das 10h, novamente junto ao Monumento Zumbi dos Palmares, no Centro.
A todos vocês que vão pressionar pela saída desse presidente corrupto e genocida, nós recomendamos, mais uma vez, que usem máscara e tentem manter o distanciamento social porque infelizmente a pandemia ainda está com alta nos casos no país. De toda forma, fica aqui registrada a necessidade de que esse governo termine de maneira imediata. Para que os brasileiros tenham alguma esperança de dias melhores, é fora Bolsonaro e fora Mourão já.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: