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Temos uma série de assuntos importantes para tratar aqui no nosso espaço editorial hoje e, como o tempo é curto, farei rápidas colocações a respeito de alguns deles. Primeiro essa notícia da queda histórica do Produto Interno Bruto do país no segundo trimestre, na casa dos 9,7%, o que recolocou o Brasil em estado de recessão econômica. Apesar de ser um resultado já esperado devido aos efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia do país, a Covid-19 não pode ser considerada a única culpada por esse cenário.
Desde o ano passado, uma série de analistas que conversaram conosco aqui mesmo no Faixa Livre apontavam para o risco de o país entrar em recessão, mesmo antes de sequer se suspeitar da existência do vírus. Esse não é um fato isolado provocado por um fator excepcional. Esse resultado nada mais é do que a sucessão de erros de uma política econômica que privilegia os rentistas e joga a população à sua própria sorte, que aposta em reformas que já se mostraram equivocadas ao longo do tempo com a falsa promessa de que vão melhorar a condição da nossa economia, criando empregos e combatendo desigualdades.
E o Paulo Guedes ainda tem a cara de pau de dizer que são necessárias mais reformas para a retomada da atividade econômica e que o tombo do PIB brasileiro foi menor que nos principais países do mundo, destacando o trabalho do Congresso e do Governo Federal. O que esses neoliberais fazem com o Brasil é um crime de lesa-pátria. Se a oposição não reagir imediatamente e deixar de se afiançar nas próximas eleições presidenciais, não sobrará nada do nosso país para 2022.
Outro episódio que chamou a atenção foi esse anúncio da saída de Deltan Dallagnol da Lava Jato em Curitiba. Segundo o Ministério Público Federal, o procurador deixa a força-tarefa para se dedicar a questões de saúde em sua família. Quem assume a operação anticorrupção no Paraná é o também procurador Alessandro José Fernandes de Oliveira.
Fato é que Dallagnol já vai tarde, depois de cometer uma série de irregularidades que hoje são alvos de dois processos disciplinares no Conselho Nacional do Ministério Público, que atualmente estão suspensos por ordem do ministro do Supremo Celso de Mello. Aliás, a Advocacia-Geral da União alertou o STF de que há risco de prescrição de um desses processos, referente a uma suposta interferência do procurador na disputa pela Presidência do Senado.
Não podemos esquecer que Dallagnol é protagonista daquelas denúncias feitas pelo site The Intercept Brasil, que revelou trocas de mensagens criminosas entre os procuradores da Lava Jato em Curitiba e o ex-juiz Sergio Moro, na tentativa de incriminar o ex-presidente Lula e outras figuras do cenário político, isso sem contar aquele PowerPoint patético produzido por ele contra o petista. É uma figura que já tem seu lugar reservado no lixo da nossa História.
Para encerrar, eu queria comentar essa denúncia gravíssima da existência de uma milícia na Prefeitura do Rio de Janeiro, que cerceia o trabalho da imprensa na porta de hospitais e impede que pacientes denunciem o péssimo atendimento que recebem nas unidades de saúde do município. Esse grupo, formado por pessoas que têm cargos comissionados na administração pública, se organiza em aplicativos de troca de mensagens, batem ponto enviando fotos na porta dos centros de atendimento e impede que os jornalistas façam seu trabalho, ofendendo os profissionais e gritando o nome do prefeito e do presidente Jair Bolsonaro para atrapalhar as reportagens.
O Ministério Público do Rio já instaurou uma investigação para apurar a possível prática de crimes inclusive por parte do prefeito Marcelo Crivella, que tinha um de seus números de celular fazendo parte desse grupo de troca de mensagens. Até agora, foram identificadas seis pessoas com cargos comissionados na Prefeitura nesse esquema, que recebem salários por mês, somados, de R$ 29 331.
Esse valor é suficiente para a contratação de oito médicos com salário inicial de R$ 3 500 para salvarem a vida da população no interior dos hospitais. Mas o bispo licenciado da Igreja Universal preferiu usar esse dinheiro para cometer crimes. Pobre Rio de Janeiro.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: