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O mar de suspeitas que envolve a família Bolsonaro, sob uma suposta blindagem de órgãos de Justiça, traz novos elementos quase que semanalmente no nosso país. A informação, ontem (02), de que o senador Flávio Bolsonaro, o zero um, havia adquirido, no início do ano, um imóvel de luxo no Lago Sul, em Brasília, avaliado em nada mais, nada menos, que R$ 6 milhões causou perplexidade a quem acompanha o noticiário da política.
O imóvel tem 2,4 mil m² de área, com piscina, suíte master com sacada, espaço gourmet, academia e até uma “brinquedoteca”.
A revelação acontece dias depois de o Superior Tribunal de Justiça anular aquela quebra dos sigilos bancário e fiscal do parlamentar, que havia sido autorizada pelo juiz Flávio Itabaiana, da 1ª instânca da Justiça do Rio, no inquérito que envolve o escândalo das rachadinhas no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa.
Coincidência ou não, a denúncia do Ministério Público contra o filho do presidente diz respeito a um desvio de R$ 6,1 milhões dos cofres públicos promovido por funcionários fantasmas. O senador alegou que a compra da mansão foi realizada com recursos da venda de seu imóvel no Rio de Janeiro e também de uma franquia de chocolates na capital fluminense, aquela mesma acusada de lavar o dinheiro supostamente desviado da Alerj.
Sabe o que é curioso nessa história? É que o financiamento de parte desse imóvel foi contratado junto ao Banco de Brasília, que tem como dono o governo local. Vale lembrar que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, é um dos principais aliados políticos da família Bolsonaro. Os juros mensais desse financiamento conseguido pelo zero um variam entre 3,65% e 4,85%, extremamente baixos em relação ao que é praticado atualmente, considerando o salário que o parlamentar recebe, na casa dos R$ 33 mil. Ou seja, um verdadeiro negócio da China.
Só o valor desse imóvel é aproximadamente quatro vezes o patrimônio declarado por Flávio à Justiça Eleitoral em 2018. As informações estão todas aí, resta saber o que as autoridades farão com elas e, mais do que isso, se há interesse em investigar esse caso.
Eu gostaria de falar rapidamente também sobre essa decisão do Jair Bolsonaro de elevar a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) de bancos e demais instituições financeiras para compensar a retirada dos impostos federais sobre o diesel e o gás de cozinha, algo que ele já vinha prometendo há alguns dias, desde antes da troca do presidente da Petrobras.
O mercado financeiro, como era de se esperar, reagiu mal. A Bolsa de Valores de São Paulo teve recuo e o dólar disparou. A principal expectativa dos ultraliberais, no entanto, ainda gira em torno das discussões da PEC emergencial no Congresso, a bola da vez para quem quer acabar com garantias sociais. O presidente do Senado Rodrigo Pacheco (DEM-MG) mostrou-se alinhadíssimo ao Palácio do Planalto em entrevista que deu ao programa Roda Viva, na noite da última segunda-feira (01). Nem mesmo uma CPI para apurar as responsabilidades do ex-capitão no caos provocado pela pandemia o parlamentar cogita.
Vamos ver se deputados e senadores de oposição terão força não só para barrar essa criminosa PEC 186, como para derrubar do cargo máximo do país essa figura nefasta e genocida chamada Jair Bolsonaro.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: