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Editorial – 03.11.2021

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O Brasil passou por mais dois vexames nesses dias em que o programa não foi ao ar em edições inéditas por conta do feriado de finados, algo que já era, de alguma forma, imaginado. Primeiro, aquela participação, ou não participação, do chefe de Estado brasileiro na reunião de cúpula do G-20, realizada em Roma, na Itália, durante o fim de semana, onde o presidente Jair Bolsonaro foi solenemente ignorado pelos líderes das 20 maiores economias do mundo.

 

Sem nenhum encontro bilateral agendado na capital italiana, restou ao ex-capitão fazer turismo pela cidade, investir na sua realidade paralela para tentar impressionar o presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan, pisar no pé da chanceler alemã Angela Merkel e agredir jornalistas com apoio de seguranças, que distribuíram socos e empurrões, em mais um episódio atentatório à liberdade de imprensa.

 

O único encontro de Bolsonaro fora do protocolo do G-20 foi com o líder da extrema-direita italiana Matteo Salvini, algo um tanto previsível. O presidente brasileiro também foi alvo de protestos na cidade de Anguillara Vênetta, onde nasceram alguns antepassados do ex-capitão. Na ocasião, Bolsonaro recebeu o título de cidadão honorário pelas mãos da prefeita Alessandra Buoso, algo que acabou irritando boa parte dos moradores da região.

 

Em sua última agenda no país, o ex-capitão prestou homenagem aos militares brasileiros que participaram da Segunda Guerra Mundial, em Pistoia, onde os corpos de 462 soldados e oficiais mortos foram enterrados no final da guerra. Na ocasião, mais protestos contra o líder brasileiro, que foram dispersados com jatos d’água pelos policiais italianos.

 

Enfim, Jair Bolsonaro é rejeitado pelo mundo inteiro, e para evitar ainda mais desgaste, ele abriu mão de participar da Conferência do Clima (COP-26) promovida pela Organização das Nações Unidas na cidade de Glasgow, na Escócia, onde as lideranças da maioria dos países debatem os rumos do planeta, com a discussão da necessidade de se reduzir a emissão de gases do efeito estufa para limitar o aumento de temperatura do planeta em 1,5° C em relação ao período pré-revolução industrial.

 

O presidente enviou apenas um vídeo de aproximadamente 3min de duração, exibido no pavilhão brasileiro do evento, longe dos olhares das principais autoridades, onde disse que o Brasil é parte da solução do problema das mudanças climáticas e avisou que haverá a redução de 50% da emissão de gases do efeito estufa até 2030 no Brasil, meta que já havia sido estabelecida pela ex-presidente Dilma Rousseff, em 2015, durante a assinatura do Acordo de Paris, mas que Bolsonaro, através daquilo que os especialistas resolveram apelidar de pedalada climática, reduziu para 43% em seu primeiro ano de mandato.

 

A grande questão é que ninguém acredita mais no que diz esse senhor que ocupa o cargo de presidente do Brasil. Bolsonaro aprofunda ainda mais o país como pária no cenário internacional, nos deixando sem voz e sem espaço nas discussões sobre os temas mais importantes para o futuro da humanidade.

 

Estamos absolutamente isolados. A única alternativa é retirar, de maneira imediata, essa figura nefasta do Palácio do Planalto. Motivos para isso não faltam. É necessário apenas que as instituições cumpram seus papéis, como o Tribunal Superior Eleitoral, que arquivou os pedidos de cassação da chapa Bolsonaro-Mourão nas eleições de 2018 assumindo que houve crimes, em um caso difícil de explicar. Enquanto houver essa concertação entre o poder político e o poder econômico no nosso país, a população pobre seguirá a mercê dessa turma do grande capital, que só pensa nos seus próprios interesses.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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