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Editorial – 04.02.2021

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Nesse pouco tempo que me sobrou para o editorial de hoje, eu gostaria de fazer dois rápidos comentários: primeiro esse anúncio da indicação da deputada Bia Kicis (PSL-DF), integrante da tropa de choque do bolsonarismo, para comandar a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, após acordo alinhavado pelo novo presidente da Casa Arthur Lira (Progressistas).

 

É importante citar que a CCJ é a comissão mais importantes da Câmara. Fica sob responsabilidade da parlamentar, que é investigada no inquérito das fake news, no Supremo Tribunal Federal e conhecida pelo negacionismo à pandemia, a análise da legalidade e constitucionalidade dos projetos que tramitam na Casa. Ela passa também a ter o poder de admitir Propostas de Emendas à Constituição, as PEC’s, além de analisar os pedidos de impeachment contra o presidente da República.

 

E esse é só o início do estrago provocado pela vitória de Lira na Câmara. Os cargos para a mesa diretora foram definidos ontem, e a oposição conseguiu espaço apenas na 2ª Secretaria, com a deputada Marília Arraes (PT-PE). A primeira Vice-Presidência ficou com Marcelo Alves (PL-AM), enquanto o segundo vice é André de Paula (PSD-PE). O presidente Jair Bolsonaro já definiu como suas prioridades no Congresso a aprovação de pautas relativas aos costumes, entre elas a flexibilização da compra, porte e posse de armas, o excludente de ilicitude para militares durante operações de Garantia da Lei e da Ordem e a regulamentação da educação domiciliar. É o Brasil ladeira abaixo.

 

Eu queria abordar também algo que já era esperado, que é o fim da força-tarefa da operação Lava Jato de Curitiba. A informação foi confirmada pelo Ministério Público Federal ontem. A Procuradoria Geral da República já havia adiantado essa dissolução em dezembro passado, quando estendeu as atividades da força-tarefa até outubro, mas com uma nova estrutura.

 

Pelo que foi informado, cinco dos 15 integrantes da Lava Jato passam a integrar o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), dando continuidade aos trabalhos da operação, enquanto os outros 10 deixam de ter dedicação exclusiva à força-tarefa

 

O presidente que se elegeu dizendo estar disposto a ampliar o combate à corrupção, vai, aos poucos, desmontando os instrumentos criados para tal. E longe de mim fazer a defesa da Lava Jato, nós sabemos bem que ela, sob o comando conjunto de Deltan Dallagnol e Sérgio Moro, nos levou a esse cenário de desastre que atravessamos, com o impeachment de uma presidente sem crime de responsabilidade, a prisão igualmente ilegal do principal candidato ao cargo máximo do país e a ascensão de um político incapaz, com um projeto de entrega do Estado nacional alimentado por ultraliberais sem qualquer tipo de escrúpulos que há décadas comandam o nosso país.

 

Ouça o comentário de Anderson Gomes:

 

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