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Enquanto o mundo inteiro concentra esforços no combate à pandemia da Covid-19, o império da ignorância liderado por Jair Bolsonaro do Palácio do Planalto segue sua escalada e provoca cenas que estarrecem qualquer um que tenha o mínimo de empatia e respeito pelo próximo.
Uma manifestação em apoio ao presidente da República reuniu ontem, em frente ao Palácio do Planalto, cerca de três mil manifestantes, amontoados e, em sua maioria, sem máscara de proteção para evitar a proliferação do novo coronavírus. Além disso, os bolsonarista voltaram a empunha faixas favoráveis a medidas antidemocráticas, como o fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Congresso, e foram saudados por Bolsonaro, que estava com sua filha mais nova Laura, de 9 anos, e alguns parlamentares de sua tropa de choque.
O ato foi motivado especialmente pelo depoimento que o ex-ministro Sergio Moro deu à Polícia Federal no último sábado, em Curitiba, atendendo pedido de Celso de Melo, do STF, no inquérito aberto pela Suprema Corte que investiga as denúncias do antigo titular da Pasta da Justiça e Segurança Pública. Em pouco mais de oito horas de oitivas, Moro confirmou a tentativa do ex-capitão do Exército em interferir nas investigações da PF com a indicação para a direção geral da instituição de pessoas próximas a ele, como seria o caso de Alexandre Ramagem, entregou e-mails e todo o conteúdo de troca de mensagens de seu celular com a cúpula do Palácio do Planalto.
Aliás, nas declarações que fez durante o ato de domingo, Bolsonaro afirmou que vai nomear o novo diretor-geral ainda hoje e garantiu que não vai mais ‘admitir interferências’ e que ‘acabou a paciência’, em um claro recado ao ministro Alexandre de Moraes, que barrou a posse de Ramagem, bem como exaltou as Forças Armadas ao dizer que elas estão ao lado do povo. As ameaças do ex-capitão do Exército se sucedem em meio à falta de uma ação das forças políticas que se dizem comprometidas com a democracia.
No entanto, o descompromisso de Bolsonaro com as instituições não deveria surpreender ninguém. Nem a elite econômica que o abarcou como a alternativa viável em 2018, nem os seguidores de determinados ideólogos de direita, tampouco aqueles que demonizaram o PT como único culpado pela corrupção no país.
O recrudescimento do discurso autoritário provocou mais uma vez agressões da claque bolsonarista a jornalistas que cobriam a manifestação em Brasília. Quando haverá uma medida firme para impedir que o presidente da República flerte com uma nova ditadura no país? Será que o Supremo vai esperar que aconteçam mortes de profissionais da imprensa ou de opositores nessas manifestações para barrar a ousadia de Bolsonaro em atentar contra a ordem democrática?
Cabe a nós alertar para o grave momento que o Brasil atravessa, onde a maior crise de saúde da história moderna da humanidade é amplificada por um político irresponsável, despreparado e criminoso.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: