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Editorial – 04.07.2019

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Os partidos de oposição, principalmente da esquerda, como PDT, PSOL, PT, PCdoB e PSB estudam uma medida para ser protocolada junto à Procuradoria-Geral da República para questionar essa suspeita de abuso de autoridade a partir de informação do site O Antagonista a respeito de supostas investigações do Coaf em relação ao jornalista Glenn Greenwald, responsável pelo Intercept Brasil, que nós voltaremos a entrevistar hoje no nosso programa.

 

Essa suposta ação do Coaf não foi confirmada pelo Sergio Moro no seu último depoimento na Câmara, e o objetivo dos partidos é justamente evitar uma perseguição contra o jornalista em uma clara ação contra a própria liberdade de imprensa. A grande questão é que existe hoje uma disposição muito grande do governo em blindar o Sergio Moro, mas, ao mesmo tempo, continuar implementando as suas ações absolutamente lesivas ao interesse nacional como, por exemplo, esse anúncio feito ontem pelo governo a respeito da alienação de ações da Petrobras em relação à BR Distribuidora.

 

O objetivo do governo é claramente a privatização da BR e um primeiro passo seria a Petrobras vender até 33,75% das ações da sua subsidiária. Mais do que isso, o objetivo é fazer com que a participação da Petrobras na BR se reduza a menos de 50%, e aí realmente o controle majoritário passaria para outras mãos. É a política de desmanche, de destruição, essas são as questões centrais que a oposição tem de enfrentar ainda mais nesse momento onde a base governista na Câmara, principalmente, se prepara para talvez voltar hoje ainda o parecer do relator da contrarreforma da Previdência, que ontem operou novas alterações para procurar coesionar sua base e ter uma vitória na Comissão Especial, preparando as condições para levar a matéria para o plenário.

 

O governo diz que tem como objetivo ter a votação em primeiro turno no plenário ainda antes do recesso. Vamos ver se é possível, o que não é possível é continuarmos a assistir a esse rolo compressor contra instrumentos fundamentais para o Estado pensar e, principalmente, construir uma perspectiva econômica diferente dessa que estamos vivendo, mas me parece que essa é uma situação que está muito distante.

 

A oposição naturalmente se sente bastante minoritária e fragilizada nesse momento frente a essa disposição ofensiva do governo Bolsonaro, mas, ao mesmo tempo, não aproveita os inúmeros flancos que esse governo vem deixando em relação à defesa da soberania nacional, a suspeitas de corrupção muito fortes do governo, especialmente em torno dessa questão da alienação de bens estatais. A venda da BR Distribuidora, um dos segmentos mais importantes e lucrativos da holding, vamos dizer, Petrobras vai afetar ainda mais a capacidade de, através dos seus próprios ativos, dos negócios que são praticados pela empresa extremamente lucrativos, de fazer frente à necessidade de investimentos, inclusive para assegurar a plena soberania do nosso país em relação a essa riqueza do pré-sal.

 

Mas essa é uma questão que está fora do horizonte do governo, o objetivo é vender os campos do pré-sal. Essas são questões muito graves que a gente vive nesse momento. É a ofensiva contra o Estado, contra os interesses nacionais e onde os principais prejudicados serão, evidentemente, ou como já vêm sendo, os trabalhadores. As centrais sindicais preparam novamente um movimento unificado para o dia 12 desse mês. É necessário, mais do que nunca, que, junto com o movimento sindical, partidos políticos, organizações das mais diferentes naturezas se unifiquem em uma forma de luta concreta e com condições de reverter o jogo e acuar um governo claramente antinacional e antipopular.

 

Ouça o comentário de Paulo Passarinho:

 

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