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Afora esse debate que se estabeleceu em torno da indicação da deputada Bia Kicis para a Presidência da Comissão de Constituição e Justiça, que mobilizou inclusive ministros do Supremo Tribunal Federal para que outro parlamentar ocupe o posto da mais importante comissão da Câmara, um que ao menos mostre algum apreço pelas garantias constitucionais e pela ordem democrática, o que não é o caso da integrante da tropa de choque bolsonarista, eu gostaria de tratar de uma outra questão, que diz respeito às eleições presidenciais do ano que vem.
O colunista do jornal O Globo Merval Pereira publicou ontem (04) em sua coluna a tentativa de um acordo na direita ultraliberal para que o nome do apresentador Luciano Huck seja lançado como postulante ao Palácio do Planalto, algo já ventilado em outras ocasiões. O jornalista Milton Temer, que conversou conosco essa semana aqui no programa, escreveu uma ótima análise nas suas redes sociais a respeito dessa possibilidade e das demandas para o campo progressista. Diz o Milton:
“Tarefas imediatas para a esquerda. As falácias “democráticas” e as ditas contestações à direita protofascista, no campo da direita dissimulada em Centro, se escancaram com vistas à campanha presidencial de 2022. Enquanto a linha Itaú, com Merval de porta-voz já acusa afastamento de Doria, voltando a falar de Huck – que cada dia está numa posição -, ACM admite levar seu PFL travestido em Demo para o apoio à linha Bradesco, dos que apoiam Bolsonaro, no escurinho dos banquetes em palácio.
Não está fácil para eles, portanto. Estão divididos e inseguros quanto à melhor tática, e isso já havia ficado evidente na disputa da presidência dos covis parlamentares de Brasília.
Cabe à esquerda não dormir no ponto, esperando que o quadro se defina entre os inimigos, para então lançar sua alternativa. Na minha infinita insignificância de militante de base do PSOL, me arrisco a propor que, sem abrir mão da luta pelas premências imediatas no combate à pandemia, e no atendimento material das camadas mais vulneráveis da população, a direção de meu partido entre em conversa franca, imediata, com os segmentos da esquerda petista – um grupo de importantes nomes históricos da legenda, que preconizam formação de Frente de Esquerda, anticapitalista, assim como as demais legendas do campo que não estejam comprometidas com a candidatura Ciro, para a elaboração, não de longuíssimos e entediantes documentos programáticos que só pesquisadores acadêmicos perdem tempo de ler até o final, mas, sim, de cinco pontos básicos para uma aliança tática condicionada ao objetivo estratégico de desconstrução do atual regime hegemonizado pelo grande capital.
Cinco pontos, a serem consideradas na ordem de prioridades pelo próprio colegiado, onde devem também estar presentes as lideranças de movimentos sociais mais combativos:
1-Reforma Tributária, apontando fim de isenções ao grande capital (lucros e dividendos, de pronto) e revisão da escala de cobrança de Imposto de Renda das pessoas físicas, impondo uma progressividade que favoreça os que vivem de salários baixos e médios, 2- Reforma Política que corrija as distorções de representação no distorcido estabelecimento de teto e piso por Estado, 3- Intervenção sobre a regulamentação das concessões públicas ao funcionamento dos bancos privados, ; 4- revisão de concessões em privatizações de áreas estratégicas, 5- Revisão dos pacotes de contrarreformas antissociais concretizadas pelos governos gerados na esteira do golpe de 2016. Sugestões, é claro, que ofereço sem nenhuma pretensão de serem plenamente acatadas. Apenas sugestões que me ocorrem de pronto.
O candidato – Questão fundamental. Que se apresentem os nomes. Sem condicionamentos prévios em torno de Lula, para que não embarquemos na armadilha imobilizadora da campanha de 2018, onde o verdadeiro candidato do campo só foi anunciado poucos dias antes da reta final. A campanha para a Prefeitura de São Paulo, assim como a forma como se desenvolveu e se concluiu, não pode deixar de colocar sobre a mesa o nome de Guilherme Boulos.
É o que pensa esse militante de base, espaço onde o livre pensador tem todo direito de manifestação, e onde a rejeição a todos os segmentos da direita reacionária – da mais explícita à mais dissimulada – é um ponto de unidade incontestável”.
Ouça o comentário de Anderson Gomes: